
Artes/cultura
31/05/2013 às 03:33•2 min de leitura
Ao literalmente “cutucar” os restos mortais de um mamute, um grupo de cientistas da Northeastern Federal University teve uma grata surpresa: um “belo” esguicho de um sangue incrivelmente escuro brotou de um ponto do que antes era a barriga do animal — que, de acordo com as análises, morreu há mais de 10 mil anos.
A descoberta foi feita em uma das ilhas Lyakhovsky, localizadas no arquipélago de Novosibvirsk, litoral norte da Sibéria. E mais: “Os fragmentos de tecidos musculares, os quais encontramos no corpo, tem uma coloração vermelho natural de carne fresca”, afirmou o líder da expedição e presidente do Museu de Mamutes da referida universidade, Semyon Grigoriev, em entrevista ao site Ars Technica.
“O motivo para semelhante conservação é que a parte inferior do corpo se encontrava em gelo puro, enquanto que a superior foi encontrada em meio à tundra”, afirma Grigoriev. “Nós encontramos o tronco separado do restante do corpo, que foi a parte menos preservada.”
Além de encontrar sangue em estado líquido, há ainda outro fato que chamou bastante a atenção da equipe da Northeastern Federal University. Quando a equipe de Grigoriev encontrou o Mamute, a temperatura era de 10 graus Celsius negativos — mais do que o suficiente para congelar o fluido, portanto. “Pode-se assumir que o sangue possua propriedades crioprotetoras”, considera o cientista.
De acordo com cientistas, sangue do mamute pode incluir propriedades que impedem o congelamento (mesmo em temperaturas bem abaixo de zero grau Celsius). Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons
“O sangue era bastante escuro e foi encontrado em cavidades congeladas da barriga, e quando nós as cutucamos, ele ficou escorrendo do interior.” De acordo com análises da ossada e dos dentes, o animal morreu com idade entre 50 e 60 anos. Como o tronco foi encontrado distante do restante do corpo, a equipe acredita que o animal tenha escorregado pelo gelo enquanto fugia de predadores.
Os planos da universidade agora incluem levar um grupo internacional de cientistas para estudar o mamute entre julho e agosto. Embora levar o animal de helicóptero até a cidade mais próxima tenha sido considerado, a ideia acabou abandonada porque poderia acabar causando danos ao espécime durante as escavações.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons
Grigoriev tem se envolvido com a busca por restos de mamutes há muitos anos, de maneira que a nova descoberta — de sangue em estado líquido — acabou por reacender as discussões em torno da possibilidade de clonar um mamute. De fato, desde que a Northeastern Federal University afirmou que haveria uma colaboração com a sul-coreana Sooam Biotech Research Foundation para atingir o referido fim, em 2011, muito pouco havia sido acrescentado.