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Ensaio impactante revela a vida de mães adolescentes na América Latina

24/07/2017 às 05:012 min de leitura

Estamos acostumados a ler notícias sobre crianças e adolescentes que se tornam mães, e mesmo sabendo da gravidade desse fenômeno, acabamos não nos importando muito com o assunto, especialmente quando ele não faz parte da nossa realidade mais próxima.

Para tentar resgatar a importância do assunto e mostrar como é a realidade dessas jovens mães, o fotógrafo Christian Rodriguez foi conhecer de perto algumas delas, em diferentes regiões da América Latina.

O trabalho de Rodriguez ganhou esse enfoque específico há cinco anos e, desde então, ele acompanha essas jovens mães em momentos que incluem até mesmo a hora do parto.

Como cresceu em um bairro pobre de Montevidéu, no Uruguai, o fotógrafo conheceu diversos casos de adolescentes que ficaram grávidas. Sua própria mãe ficou grávida quando adolescente, assim como sua irmã mais nova.

1 – Micaela, de 15 anos, com o filho recém-nascido Franco, em Montevidéu, no Uruguai

2 – Erika Almeira, de 15 anos, com seu filho Razhell, de 1 ano, em Quito, no Equador

3 – Gloria, de 13 anos, com seu filho de 10 meses de idade, em Oaxaca, no México

“Eu decidi começar este projeto no Uruguai porque era meu país de origem, onde eu conheço essas questões muito bem”, disse ele, em declaração publicada no TED Fellows. Desde então, o fotógrafo percorre diversas regiões da América Latina, que é o único lugar do mundo onde as taxas de gravidez na adolescência continuam subindo.

Suas imagens são impactantes e nos mostram rostos de adolescentes muitas vezes assustadas, tristes, cansadas, subjugadas. São pessoas que, desde cedo, parecem aceitar um destino não muito promissor. Para elas, a maternidade não foi uma escolha, mas sim uma consequência de fatores como discriminação, abuso sexual e falta de acesso à educação e a medidas de prevenção.

“Geralmente, a gravidez na adolescência está relacionada à pobreza na América Latina. Trata-se da violência de gênero em um sentido mais amplo. Você tem violência econômica, psicológica e física contra meninas da América Latina", comentou o fotógrafo.

4 – Taiana, de 16 anos, com seu filho de 1 ano de idade. Ela é a terceira filha de sete irmãos, e sua mãe também foi uma mãe adolescente. Seu sonho é voltar a estudar e fazer Medicina. Taiana mora no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro

5 – Angelica, de 16 anos, com sua filha de 4 meses. Ela vive em Quito, no Equador

6 – Daniela, de 15 anos, com seu filho de 1 ano de idade. Ela também é de Quito, no Equador

7 – Katherine, de 15 anos, com seu filho. Ela é de Quito, no Equador

Depois que se tornam mães, essas meninas dificilmente conseguem mudar de cenário, quase nunca voltam a estudar e sofrem para conseguir um emprego. Rodriguez explica, ainda, que as crianças que nascem nesse ambiente tendem a se tornar jovens que enxergam na maternidade precoce um caminho natural de suas vidas, afinal isso acontece com quase todas as meninas dos bairros onde vivem, é o comportamento padrão.

Agora, a ideia de Rodriguez é criar uma plataforma virtual que contenha fotos, vídeos, depoimentos e material para uso didático gratuito, com a intenção de aumentar a conscientização sobre o problema e de divulgar formas de contracepção. Com a educação, o fotógrafo espera mudar essa cultura da maternidade precoce.

“Sei que a fotografia é uma ferramenta muito poderosa para se conectar com os jovens, porque todos os adolescentes têm um telefone celular, eles têm as fotos consigo, e têm uma cultura visual mais forte do que antes. Eu gostaria que mais meninas tivessem filhos somente quando escolhessem, talvez depois de se tornarem médicas, professoras e cientistas”, declarou.

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