Au-leluia: conheça a história de São Guinefort, o cão “santo” da França

28/07/2017 às 10:272 min de leitura

Você sabia que além de serem considerados como os melhores amigos do homem, os cães também já foram considerados “santos” e até “milagrosos”? Bem, na verdade, não todos... mas, um — chamado Guinefort. Trata-se de um galgo que se tornou bastante popular e virou alvo de veneração na França durante o século 13 depois de sofrer um fim trágico.

Cão lendário

A história de Guinefort se tornou conhecida graças a Étienne de Bourbon, um importante inquisidor dominicano que escreveu sobre o cão em seu “De Supersticione: On St. Guinefort”, de 1262. Segundo os relatos, o animal pertencia a um nobre que vivia em um castelo em Villars-les-Dombes, uma comuna francesa que fica na região de Ródano-Alpes, e era muito amado por seu dono.

Então, um dia o nobre saiu de caça e deixou Guinefort para vigiar seu filho enquanto o bebê — que tinha apenas alguns meses de vida — dormia em seu berço. Só que quando o homem retornou ao castelo e foi checar como a criança estava, ele se deparou com a caminha do menino virada no chão e o cachorro que o aguardava excitado com o focinho cheio de sangue.

Deduzindo que Guinefort havia devorado o bebê, o nobre ficou irado, pegou a sua espada e matou o cachorro. No entanto, em seguida o homem ouviu o choro do menino no quarto e, ao encontrá-lo, viu que perto da criança havia uma víbora morta. Foi então que o cara percebeu que o sangue no focinho do cão pertencia à cobra — e que seu fiel amigo havia salvado a vida de seu filho e estava aguardando ansiosamente seu regresso.

Profundamente arrependido de ter matado Guinefort injustamente, o nobre ordenou que um túmulo de pedra rodeada de plantas fosse construída para o animal. Só que a trágica história do cachorro acabou se espalhando pela região, e não demorou até que os habitantes locais começassem a chamar o cão de mártir e santo protetor das criancinhas.

E não foi só isso: com o passar do tempo, o túmulo de Guinefort se transformou em ponto de peregrinação de pessoas que levavam seus filhos ao local para serem curados ou abençoados pelo cachorro. Pois, lembra que foi o inquisidor Étienne de Bourbon quem deixou relatos sobre o cão? Então, esse cara não escreveu muito carinhosamente sobre o galgo, não! Pelo contrário...

Religiosos...

O dominicano descreveu com bastante indignação várias oferendas e rituais que eram conduzidos na tumba de Guinefort, e chegou a alegar que os pobres crentes que acudiam ao cachorro “santo” estavam sendo enganados pelo Cão — isto é, pelo Diabo, no caso (desculpem-nos pelo trocadilho!).

O religioso chegou a ordenar que a sepultura fosse destruída e que os restos mortais do animal fossem queimados, mas sabe o que aconteceu? Embora a “santidade” do galgo jamais tenha sido reconhecida pela Igreja Católica — e, na verdade, seu culto tenha sido expressamente proibido inúmeras vezes —, as pessoas continuaram venerando Guinefort, o Santo, do mesmo jeito, e a devoção ao cachorro protetor das criancinhas permaneceu bastante popular até a década de 30! Hoje em dia são poucos os que seguem reverenciando o cão, no entanto seu “dia” é celebrado anualmente em 22 de agosto.

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