Artes/cultura
30/01/2018 às 06:29•2 min de leitura
Os designers Michael Topolovac e Ti Chang, que desenvolvem produtos eróticos, resolveram explorar algumas questões sobre a sexualidade humana através de um ensaio fotográfico que busca mostrar pessoas e casais adeptos do BDSM como são quando se vestem da maneira que gostam e também como são quando estão fora de suas fantasias sexuais.
“Nós não tínhamos ideia de como isso aconteceria. Nós apenas colocamos um pequeno anúncio do lado de fora. As pessoas fizeram fila o dia todo”, revelou Topolovac ao Huffington Post.
Inicialmente, os casais foram fotografados usando suas roupas favoritas de submissão e/ou dominância. Depois, 50 casais foram convidados a retornar outro dia, para serem fotografados com roupas comuns que usam em seus cotidianos.
O resultado desse ensaio nos faz refletir tanto sobre a sexualidade humana e suas profundidades quanto sobre a expressão de cada indivíduo e, depois, de cada casal. “É menos sobre o aspecto BDSM per se ou sobre as orientações ou identidade deles. Eu acho que o que nós descobrimos, especialmente quando fotografamos as segundas fotos, foi que isso é sobre a humanidade compartilhada das pessoas. Havia uma linha comum de ‘Hey, esses somos nós. Nós somos complicados. Nós somos diversos. Nós somos expressivos’”, completou Topolovac.
Galeria 1
A ideia tanto dos idealizadores do projeto quanto dos participantes, que não são necessariamente casais românticos, é a de quebrar o tabu sobre esse viés da sexualidade humana, que é cheio de fantasias, fetiches e desejos. Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer outras pessoas que foram fotografadas e, pelo visto, isso também foi um ponto positivo do projeto.
“Eu acho que isso faz um favor para todos nós. Às vezes nós não nos sentimos livres para nos expressarmos sexualmente. Isso foi um grande projeto para começar a conversa, libertar nós mesmos de nossas limitações e dos nossos julgamentos”, disse uma das fotografadas, Kamila.
A questão do BDSM sempre levantou julgamentos, e a série “50 Tons de Cinza”, ainda que tenha representado a questão de maneira simplista, acabou contribuindo para aumentar a discussão sobre o assunto e para mostrar para as pessoas que há muito mais opções no sexo do que se pode imaginar. A palavra-chave aqui e em tudo o que envolve sexo é consentimento: quando ele existe, as pessoas podem explorar o que desejarem.
Galeria 2
“A primeira coisa que eu digo para as pessoas com preconceitos é que isso acontece entre adultos que consentem, então é a minha filosofia ‘viva e deixe viver’”, disse Ashley, uma das fotografadas que posou ao lado do marido.
Para Mason, um homem trangênero que posou sozinho, fazer as fotos foi uma forma de se tornar visível para a sociedade: “Então eu estou apenas feliz por poder estar em uma posição na qual eu não me sinto inseguro”, comentou. Ele defende a ideia de que, através do BDSM, as pessoas dialogam mais sobre o sexo, seus desejos e suas limitações, e que isso é um ponto muito positivo.