Drops de Cinema #003: A verdade por trás de 'O Gangster'

20/06/2018 às 04:303 min de leitura

Você já se perguntou se a frase “baseado em fatos reais” é verdadeira ou só balela? Pois o Mega Curioso criou a coluna Drops de Cinema para sanar suas dúvidas e mostrar a verdade por trás dos filmes inspirados em fatos reais. Venha conferir com a gente!

O filme "O Gangster", lançado em 2007 e estrelado por grandes atores, como Denzel Washington, Russell Crowe e Cuba Gooding Jr., conta a história da vida de crimes e da prisão do gangster norte-americano Frank Lucas.

Frank Lucas entrou para o mundo do crime aos 16 anos de idade, começando com pequenos assaltos à mão armada; com o tempo, aprimorou seus métodos e passou a fazer assaltos maiores. Mas ele só seria notado por seu mentor Ellsworth “Bumpy” Johnson após ter se sentido confiante o bastante para atirar em outro criminoso no meio de uma rua lotada.

Foi com Bumpy, que controlava o Harlem, que Frank Lucas aprendeu muito sobre o mundo do tráfico de drogas. E foi com a morte de seu mentor, em 1966, que ele viu a oportunidade perfeita de ocupar a maior parte de território “sem dono” possível e construir ali o seu império de drogas.

O nascimento de um império

Frank impulsionou seu negócio ao decidir comprar a heroína que seria vendida no Harlem direto da fonte, lá na Ásia. Já em sua primeira viagem, ele conseguiu transportar para os Estados Unidos 130 quilos da droga por um preço muito abaixo do que se encontrava na América.

Para tanto, contou com a ajuda de Leslie Atkinson, que era marido de uma prima e tinha muitas conexões com os soldados americanos alocados no Vietnã. Por causa disso, ele foi capaz de subornar diversos agentes do Exército e transportar a droga dentro de aviões militares!

Com o tipo de negócio que Frank fazia, nunca era demais ter cuidado ao escolher um pessoal de confiança para evitar qualquer passada de perna, e foi por esse motivo que ele decidiu contratar apenas pessoas muito próximas, como seus cinco irmãos, para ajudá-lo a cuidar do tráfico da heroína chamada de “Blue Magic”.

Richard Roberts entra na história

Para garantir que o negócio prosperasse em Nova York, Lucas também tinha que comprar o silêncio dos policiais nas ruas. O problema foi que toda essa corrupção começou a ser notada pela mídia e pelo governo, levando o Estado a decidir dar um basta no esquema. Foi formada uma unidade, liderada pelo procurador e detetive Richard Roberts, com a função específica de investigar crimes relacionados a drogas.

Após muita investigação, em 1975 a unidade organizou uma operação para entrar na casa de Lucas. Lá eles encontraram mais de US$ 500 mil, títulos de propriedades e chaves de cofres nas Ilhas Cayman, para onde Frank mandava boa parte de seu dinheiro. Apesar disso, ele não foi preso na ocasião, pois não havia provas específicas de que ele era o gangster chefiando todo o esquema.

Um tempo depois, a sorte mudou para o lado de Roberts: em um interrogatório, um sobrinho de Lucas cedeu e entregou todos os detalhes da operação. Assim, Lucas foi levado a julgamento.

Culpado

Um dos pontos usados pela acusação no julgamento de Lucas foi o de que a “Blue Magic” era tão mais forte que as outras heroínas no mercado que causou a overdose de muitos usuários, fazendo de Lucas um responsável por suas mortes. Ao final do julgamento, ele foi sentenciado a 70 anos de prisão.

Já na cadeia, o gangster optou por se tornar um informante: entregou mafiosos, policiais corruptos e até membros da sua família, fazendo com que 150 pessoas fossem julgadas. Por causa dessa colaboração, sua sentença foi reduzida para 15 anos de reclusão.

Já em liberdade, Lucas acabou sendo preso novamente ao ser pego tentando negociar drogas, e quem optou por defender seu caso foi ninguém menos do que Richard Roberts. Foi também ele que ajudou Lucas a refazer sua vida após ser libertado da prisão pela segunda vez.

O que mudou da realidade para o filme?

Talvez uma das coisas que mais tenham chamado a atenção em "O Gangster" foi a retratação das drogas sendo transportadas em caixões de soldados mortos na guerra. O problema é que, nesse ponto, a coisa diverge um pouco. Frank Lucas já disse em algumas entrevistas que isso realmente aconteceu, porém Atinkson, seu parceiro de contrabando, jura de pés juntos que nunca lidou com caixões.

Além disso, o casaco de chinchilas não foi o responsável inicial pela captura de Frank. Embora ele realmente preferisse não arriscar chamando a atenção, e o casaco tenha justamente o destacado na multidão, Roberts diz que a polícia já sabia da existência de Frank muito antes de ele aparecer com o discreto acessório.

Vale dizer também que sua esposa não foi Miss Porto Rico, e eles tiveram uma filha que não foi retratada no filme – e que na vida adulta abriria uma organização para filhos de pais aprisionados.

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