
Estilo de vida
17/08/2018 às 09:30•2 min de leitura
Certamente você já viu o recado, em filmes ou novelas, de que nenhum animal foi ferido ou prejudicado durante as gravações, certo? Mas você sabe quando isso começou? Pode parecer maluquice, mas nos primórdios do entretenimento cinematográfico a galera não se importava muito com o bem-estar animal.
A partir dos anos 1920, com a popularização dos filmes de faroeste e de guerra, os cineastas passaram a tentar retratar as cenas com a maior realidade possível. Para os cavalos caírem durante uma corrida ao serem atingidos por flechas e tiros cinematográficos, por exemplo, uma linha era esticada para eles tropeçarem.
A ONG American Humane, fundada em 1877 para cuidar do bem-estar animal, passou a acompanhar o que os diretores e os estúdios estavam fazendo com os bichinhos e não ficou nem um pouco satisfeita em ver que eles estavam sendo cada vez mais judiados. Alguns até chegavam a morrer por conta do uso dessa técnica – em “A Carga de Cavalaria Ligeira”, de 1936, estrelado por Errol Flynn e Olivia de Havilland, por exemplo, mais de 20 cavalos perderam a vida por conta do uso desses cabos para derrubá-los.
"A Carga de Cavalaria Ligeira" foi apenas um dos filmes que derrubaram cavalos com fios amarrados
Obviamente, a American Humane protestava contra esses casos, mas o que é uma ONG animal diante dos milhões de dólares que a indústria cinematográfica lucrava? Afinal, essas mortes eram “acidentais”. Entretanto, em 1939 a organização finalmente conseguiu criar um estatuto a ser seguido por todos os estúdios, por conta da morte de um único cavalo.
O caso aconteceu durante as filmagens de “Jesse James”, com Tyrone Power e Henry Fonda: em uma determinada cena, os mocinhos se viam encurralados e precisavam pular de um penhasco com seus cavalos. O que foi feito? Jogaram o bicho lá de cima DE VERDADE! Ainda que a queda tenha sido de “apenas” 20 metros de altura, filmada em perspectiva para parecer bem maior, o cavalo conseguiu sobreviver à queda. Porém, o estresse foi tão grande que o bichinho acabou morrendo afogado.
As cenas foram incluídas na versão lançada nos cinema e acabaram gerando revolta tanto de ONGs de proteção animal quanto do público em geral. Assim, para evitar que o governo regulamentasse as produções – algo que seria muito mais severo e oneroso –, os estúdios toparam firmar o pacto de que os animais não seriam mais prejudicados em nenhuma filmagem. Com isso, nasceu a mensagem que aparece nos créditos e segue em vigor desde 1940. Confira a cena de “Jesse James” que originou o movimento:
Os maus-tratos, os acidentes e as mortes diminuíram consideravelmente desde então, porém não não foram extintos. Um vídeo divulgado em janeiro de 2017 mostra o que parecia ser uma tortura a um cão nos sets de “Quatros Vidas de Um Cachorro”, mas, segundo a ONG American Humane, ele foi editado para parecer que o animal havia sofrido – uma desculpa que não convenceu muita gente.
Pior foi em 2010, durante das filmagens de “O Hobbit”, em que 27 animais morreram, incluindo cavalos, ovelhas, galinhas e cabras. Os de maior porte teriam caído em buraco feitos nos sets ou nos locais em que ficavam descansando à espera de aparecer diante das câmeras.
Os produtores afirmam que não sabiam das condições precárias das fazendas onde os animais estavam e que a maioria das mortes teria sido de causas naturais – apenas duas poderiam ter sido evitadas. Com a repercussão, foram investidos milhares de dólares na melhoria dos locais onde os bichos estavam.
Em "Quatro Vidas de um Cachorro", os animais usados teriam sofrido nos bastidores
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