Ciência
20/08/2018 às 14:08•2 min de leitura
Se você é fã de História e tem especial interesse pela Segunda Guerra Mundial, então, é provável que você tenha visto a imagem acima anteriormente. Ela — evidentemente — mostra o prisioneiro de um campo de concentração apontando um dedo acusador contra um oficial nazista com semblante visivelmente derrotado, mas, é claro que existem mais informações por trás do dramático retrato. Aliás, veja a versão original (não colorizada) da fotografia:
Retrato original (Rare Historical Photos)
De acordo com o pessoal do site Rare Historical Photos, a cena foi capturada no dia 14 de abril de 1945 campo de concentração de Buchenwald, situado na Alemanha, e mostra um prisioneiro de guerra russo mostrando um guarda nazista conhecido por ser especialmente brutal com os cativos.
Campo de Buchenwald (Wikimedia Commons/Bundesarchiv/Jürgen Ludwig)
O interessante é que essa foto foi registrada pouco tempo depois de o campo ser libertado pelos aliados, o que significa que, dias antes, o mesmo homem teria evitado cruzar o caminho com o oficial se pudesse — e horas ou até minutos antes do clique, a mesma atitude teria custado a vida do russo.
Segundo o Rare Historical Photos, a medalha que pode ser vista no peito do alemão indica que ele lutou na Primeira Guerra Mundial e foi condecorado por se ferir em batalha uma ou duas vezes, seja por ação hostil ou por exposição aos elementos. Portanto, o oficial pertenceu ao Exército Imperial Alemão antes de se tornar nazista.
Foto colorizada (Rare Historical Photos)
Com relação ao soldado, não se sabe qual era a sua identidade, mas o campo de concentração de Buchenwald foi usado no início da Segunda Guerra Mundial para abrigar prisioneiros políticos e, mais tarde, russos e poloneses.
Diferente dos infames campos de extermínio, tecnicamente, Buchenwald era um campo de trabalho forçado, e seus prisioneiros eram usados como escravos — e obrigados a trabalhar em turnos de 12 horas de forma que sempre havia atividade, 24 horas por dia. Nesse local, não havia câmaras de gás, mas, nem por isso o número de pessoas que perderam a vida por lá é menos assustador.
Prisioneiros de Buchenwald (Wikimedia Commons/Soldado H. Miller.)
De acordo com o Rare Historical Photos, era bastante comum que os prisioneiros trabalhassem até a morte, literalmente, sem falar que centenas morriam todos os meses por conta da subnutrição, doenças, espancamentos e execuções.
Sabe-se que Buchenwald passou a contar com mais ou menos 18 mil presos depois do evento que ficou conhecido como Kristallnacht — ou Noite de Cristal em tradução livre —, que se deu na madrugada do dia 9 para o 10 de novembro de 1938, e consistiu em uma série de ataques organizados pelas forças paramilitares nazistas contra a população judia e que resultou na morte de centenas de pessoas e na detenção de por volta de 30 mil.
Uma das pilhas de mortos encontradas após a libertação de Buchenwald (Wikimedia Commons/Domínio Público)
Já às vésperas da guerra, a população de Buchenwald somava cerca de 11 mil prisioneiros, enquanto que ao final de 1944 a quantidade passava de 60 mil. Então, em fevereiro de 1945, a população do campo saltou para 86 mil — quando o local começou a receber as pessoas evacuadas de Auschwitz.
Segundo os registros mantidos pelo campo, ao longo de sua existência, cerca de 240 mil pessoas de 30 países diferentes passaram por Buchenwald. Dessas, pelo menos 10 mil foram enviadas a campos de extermínio, e por volta de 43 mil perderam suas vidas lá mesmo.
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