Sabia que a icônica cabine telefônica inglesa foi inspirada em um túmulo?

13/03/2019 às 08:002 min de leitura

O Instituto MegaCurioso de Estatísticas Não Comprovadas (IMCENC) aponta que 10 em cada 10 turistas que visitam Londres tiram fotos nas (ou das) famosas cabines telefônicas da cidade. Pode parecer inusitado, mas o modelo icônico foi lançado em 1926 e teve um túmulo como inspiração.

Tudo começou em 1921, quando os correios da Inglaterra criaram os primeiros modelos de cabines para os telefones públicos. Elas eram um tanto sem graça, quase como uma privadinha retangular e sem muito adorno; o teto tinha formato de pirâmide, com uma lança na ponta, e apenas a porta e uns poucos detalhes eram na cor vermelha. Esses modelos foram chamados de Kiosk 1, ou apenas K1.

A população não curtiu, é claro, então a empresa resolveu investir em um trabalho mais planejado, afinal as ligações telefônicas estavam cada vez mais populares. Um concurso foi lançado entre arquitetos do país para reformular as cabines, e o K2 acabou caindo nas mãos de Giles Gilbert Scott.

Modelos K2 ainda em uso em Londres (Foto: M0tty/Wikipedia)

Scott era bastante popular entre os arquitetos londrinos do começo do século XX, responsável por lugares famosos da cidade, como a Biblioteca da Universidade de Cambridge, a Estação de Energia Battersea e a Lady Margaret Hall, uma das faculdades que integram a Universidade de Oxford. Na época em que ganhou o concurso para a nova cabine telefônica, Scott tinha acabado de assumir o comando de um museu dedicado a Sir John Soane, um famoso arquiteto britânico que viveu entre 1753 e 1857 e também criou marcos no país, como a arquitetura original do Banco da Inglaterra.

Um trabalho mais íntimo de Soane foi o túmulo que ele criou para sua esposa, Eliza Soane, falecida prematuramente em um acidente, em 1815. Logo acima de onde estava o caixão, o arquiteto colocou uma placa coberta por uma estrutura formada por 4 pilares. No alto, criou uma cúpula adornada com um cone de pinheiro, que para os egípcios era o símbolo da reencarnação. Uma cobra comendo o próprio rabo, simbolizando a eternidade, foi esculpida na parte superior da abóboda, o que ajudou a transformar o mausoléu em uma obra única — ou quase…

O túmulo de Eliza Soane que inspirou as cabines telefônicas da Inglaterra (Imagem: David Edgar/Wikipedia)

Scott estava tão familiarizado com as formas de Soane, incluindo as usadas no túmulo, que as adaptou para a estrutura da nova cabine telefônica da Inglaterra. O formato retangular, com paredes de vidro e molduras, tornou-se um clássico. O arquiteto queria que as estruturas fossem prateadas por fora e tivessem um tom azul-esverdeado por dentro, mas os correios decidiram pelo vermelho e ajudaram a fixar ainda mais a imagem do modelo no imaginário popular.

O projeto de Scott ganhou as ruas em 1924 e foi apelidado de K2. Em 1929, o arquiteto fez uma adaptação de sua obra, K3, diminuindo algumas das formas para baratear a produção. O encanto da população local e mundial, no entanto, só aumentou com o passar dos anos. Novas cabines surgiram em Londres nas últimas décadas, mas hoje estão praticamente em desuso. Ainda assim, é possível encontrar várias delas espalhadas pelo país, para que nenhum turista volte para casa sem sua recordação com o ícone.

A evolução das cabines telefônicas inglesas (Imagem: Wired)

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