Ciência
13/11/2019 às 08:00•2 min de leitura
Recentemente, arqueólogos do Instituto Nacional de Arqueologia Preventiva da França (Inrap) encontraram os restos de três gatos diferentes dentro de uma única múmia do Egito Antigo, a qual possui 2.500 anos de idade.
A princípio, sempre foi bastante difícil analisar essas peças, pois, por conta do trabalho minucioso e intenso da mumificação dos animais, qualquer movimento errado podia por a eventual descoberta a perder. No entanto, com o auxílio da tecnologia de tomografia computadorizada, os pesquisadores puderem ver o que havia no interior da tal múmia egípcia sem a necessidade de abri-la.
A partir da tomografia computadorizada, os arqueólogos franceses foram capazes de recriar imagens em 3D do interior da múmia egípcia. No lugar onde estaria a cabeça do gato, eles encontraram uma bola feita de tecido. Eles puderam observar também alguns ossos, provavelmente da perna traseira. Entretanto, esses ossos não pertenciam a um único gato, mas sim a três gatos distintos.
Além disso, não havia indício de nenhum outro resto corporal dos tais felinos. Em outras palavras, não havia crânio, costelas, tampouco havia coluna vertebral. Aliás, os estudiosos ainda estão tentando compreender o que motivava a mumificação parcial dos animais, ao invés de um animal inteiro.
Existem algumas hipóteses a respeito da mumificação parcial de animais, no caso de gatos, no Egito Antigo. Uma primeira teoria acredita que isso seria uma espécie de estratégia de negócios, em decorrência de uma crescente demanda por animais mumificado entre os egípcios na época.
Algumas evidências científicas mais recentes indicam que comerciantes teriam caçado e matado animais com intenções puramente comerciais, ou seja, simplesmente para mumificar e vender.
Todavia, o pesquisador do Inrap Théophane Nicolas tem uma outra visão sobre o assunto. Para ele e a equipe, esse processo de mumificação de animais seria uma prática ritualísta comum no Egito Antigo. De fato, isso era realizado com praticamente qualquer animal.
Contudo, os gatos eram mais admirados e respeitados não somente por sua conexão com os deuses egípcios, mas também por conta das habilidades e beleza típicas dos felinos. Por essa razão, as múmias de gatos estavam entre as mais populares.