Artes/cultura
18/01/2021 às 06:00•2 min de leitura
Nossas emoções e psique são testadas frente aos desafios da pandemia de covid-19 e mesmo antes dela, a comunidade científica busca há anos amenizar algumas doenças psiquiátricas como a esquizofrenia e transtorno bipolar afetivo, cujo sintomas são semelhantes às doenças modernas de um mundo acelerado com alterações claras de humor, energia e atividade.
O que Juliano Moreira, nascido em 6 de Janeiro de 1872, negro e filho de uma trabalhadora doméstica em lar aristocrático, tem a ver com tudo isso? E por que o Google prestou uma homenagem a este homem?
Em curiosa e popular enquete, sem fins ou critérios de pesquisa, Juliano Moreira foi confundido com jogador de futebol, cantor, compositor, político e outras, mas só em um último momento, uma pessoa afirma: “Juliano Moreira, foi o introdutor da disciplina de psiquiatria no Brasil”. A pergunta seguinte foi: “Senhor, qual sua formação? “, “Sou psiquiatra!”, respondido em alto e bom som.
Um brasileiro, ainda sob a sombra da Lei do Ventre Livre, com méritos reconhecidos pelo Barão de Itapuã, formou-se em Medicina aos 18 anos. Após sua formação, tornou-se membro da Academia Brasileira de Ciências e ao longo de sua carreira, dedicou-se a vários ramos da área, especialmente as doenças psiquiátricas, com seus estudos sendo baseados na psicanálise de Sigmund Freud.
Porém, ele também teve influências do alemão Emil Kraeplein, que afirmava que as doenças psiquiátricas provinham de desordens biológicas e genéticas, em contraposição a Freud, que acredita que tais enfermidade advinham de fatores psicológicos.
Podemos dizer que Juliano, foi um excelente “driblador”, pois se punha entre duas referências enquanto introduzia o ramo da psiquiatria no universo da medicina brasileira.
Moreira procurava atingir um processo de tratamento eficaz, e seus avanços no ramo incluíram a menção e incorporação da teoria psicanalítica no ensino médico durante sua época como professor universitário no país.
Além disso, combateu o racismo científico praticado no Brasil por outros profissionais que afirmavam que a miscigenação, nossa maior característica, era responsável para “degeneração” do povo brasileiro.
De forma lúdica ou formal, o reconhecimento de Juliano Moreira, ícone brasileiro, tem um legado exemplar a ser seguido. A homenagem feita nos faz revisitar a necessidade de conhecer nossa própria história.