Saúde/bem-estar
10/02/2021 às 04:00•2 min de leitura
Você já ouviu falar sobre as amazonas na mitologia grega? Conhecidas por serem um grupo feminino de guerreiras que rondavam pela região do Mar Negro ao redor da antiga Cítia, elas inclusive foram responsáveis por servirem de inspiração para as histórias de heroínas como a Mulher-Maravilha.
Porém, elas realmente existiram ou somente fizeram parte das lendas da Grécia? Essa é uma questão que ainda divide historiadores. Documentadas pela primeira vez no século VIII a.C. pelo poeta Homero, as amazonas foram vistas como fantasia por pesquisadores modernos. Entretanto, novas informações encontradas por arqueólogos nos anos 1990 podem contar o outro lado da moeda.
De acordo com o Programa de História da Ciência da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, arqueólogos encontraram esqueletos com feridas de combate em território europeu. Os restos mortais foram enterrados em covas junto a um tipo de armamento muito parecido com era utilizado pelas guerreiras amazonas na mitologia grega.
“Graças à arqueologia, nós agora sabemos que o mito das amazonas, uma vez visto como lenda, contém detalhes acurados sobre comunidades de mulheres nômades, as quais seriam a representação real dessas guerreiras”, disse a pesquisadora Adrienne Mayor em entrevista ao Live Science.
Essas guerreiras nômades, então, fariam parte de uma tribo conhecida pelo nome de “cítios”, seres humanos que dominavam a arte de andar a cavalo e tiro com arco. Segundo Mayor, elas viviam em um vasto território nas planícies da Eurásia, que se estendia do Mar Negro à China, por volta de 700 a.C. a 500 d.C.
Os cítios eram conhecidos por ser uma comunidade radical, que bebia vinho não diluído, leite de égua fermentado e, inclusive, fumantes de maconha. Entretanto, os povos cítios não eram formados exclusivamente por mulheres, apesar delas serem livres para viver da mesma forma que os homens podiam.
Dessa forma, algumas mulheres — mas não todas — aprendiam a caçar e a cavalgar. “Até agora, arqueólogos identificaram mais de 300 restos mortais de mulheres guerreiras enterradas com seus cavalos e armas, além de mais delas são descobertas a cada ano”, disse Mayor.
A pesquisadora alega que as amazonas tinham, em média, entre 10 e 45 anos, como indica os esqueletos encontrados. De acordo com a Enciclopédia Britânica, o Rio Amazonas teria sido batizado assim após o soldado espanhol Francisco de Orellana — primeiro europeu a explorar a região em 1541 — ter sido atacado por um grupo de mulheres guerreiras como as dos contos gregos.