Sunandha Kumariratana: a rainha que morreu por causa de uma lei

08/04/2021 às 09:002 min de leitura

Chulalongkorn, mais conhecido como Rei Rama V, O Grande, da dinastia Chacri do Sião, filho e sucessor do Rei Mongkut, ficou conhecido como o monarca mais revolucionário de sua época, entre 1868 e 1910. Com seu pensamento progressista, Rama implementou muitas reformas políticas e culturais, como tirar o poder dos impostos das mãos da aristocracia, a criação da Royal Military Academy, para treinar militares no estilo ocidental, a construção de ferrovias e a abolição da escravidão.

Apesar de tudo isso, o rei não conseguiu dissolver regras e leis especiais que diziam respeito à realeza, muitas das quais ainda são protocolos usados pela monarquia do Reino Unido, como não ser permitido tocar em um membro da família real. No entanto, as antigas leis siamesas reais ultrapassavam qualquer tipo de bom senso.

O destino da rainha

(Fonte: Pinterest/Reprodução)(Fonte: Pinterest/Reprodução)

A rainha Sunandha Kumariratana se casou com Rama V aos 17 anos e juntos eles tiveram uma filha, a princesa Karnabhorn Bejraratana. Em maio de 1880, ela já estava com 19 anos e estava grávida de um menino, o futuro herdeiro do trono do Sião, quando decidiu fazer uma viagem para a casa de verão da família real, localizada fora de Bangkok.

Para chegar ao palácio, a rainha consorte e sua filha tiveram que atravessar o caudaloso Rio Chao Phraya, considerado o maior do Sião. Os guardas reais as colocaram em um barco separado, pois o status dela era tão intocável que a impedia até que viajasse na companhia de plebeus e em barcos comuns. 

No meio da travessia, o rio sofreu uma espécie de cheia, com correntes incomuns que fizeram o pequeno barco, onde estava a rainha e sua filha de apenas 2 anos de idade, virar. As duas caíram nas águas e começaram a se afogar. Devido à regra de não poder tocar em nenhum membro da realeza sob pena de morte imediata, os guardas e a plateia que acompanhava o translado real das margens do rio assistiram à jovem e à filha lutarem pela própria vida até não conseguirem mais.

Um dos guardas até cogitou a hipótese de tentar salvá-las, porém a lei não fazia exceções, mesmo que isso significasse a morte da família real. Além disso, de acordo com a cultura siamesa, nunca se deve tentar resgatar uma pessoa que esteja se afogando, pois o rio voltará e reivindicará sua vida em troca daquele que não foi arrebatado pelas águas. Ou seja, se a pessoa estava se afogando, era o destino dela morrer.

Rei Rama V. (Fonte: Pinterest/Reprodução)Rei Rama V. (Fonte: Pinterest/Reprodução)

Após a morte de Sunandha e seus filhos, o rei Rama se revoltou contra a aplicação da lei pelos guardas e os aprisionou por causarem a morte de sua esposa e filhos. Sofrendo, ele organizou um cortejo fúnebre que se tornou um dos mais caros e elaborados da época, custando aproximadamente meio milhão de dólares.

Rama V mandou construir edifícios e erguer monumentos de mármore em homenagem à rainha, que hoje se tornaram um legado e reflexo de como uma lei acabou custando a vida de membros reais.

Para a dor e revolta do rei, depois da tragédia com Sunandha, a lei foi revogada.

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