Estilo de vida
08/06/2021 às 03:00•2 min de leitura
Nascido em Bangra, no distrito de Siwan de Bihar (Índia) em algum momento de 1912, Mithilesh Kumar Srivastava, mais conhecido como Natwarlal, ainda é um mistério para as autoridades, principalmente com relação a todos os seus crimes.
O mais velho entre dois irmãos, o homem descobriu sua habilidade de falsificar depois que fraudou os cheques que um vizinho seu o enviou para depositar. Ele conseguiu sacar mil rúpias da conta do homem apenas falsificando sua assinatura.
Depois disso, Natwarlal fugiu para Calcutá e se matriculou no curso de bacharel em Comércio. Unindo seu conhecimento na faculdade e sua rápida passagem como corretor da Bolsa de Valores, ele se tornou um expert em regras bancárias, que foram úteis para que ele aprimorasse sua capacidade de falsificar documentos e assinaturas.
(Fonte: Pinterest/Reprodução)
De acordo com o Patna Criminal Investigation Department, Natwarlal usou mais de 50 pseudônimos para se disfarçar e aplicar golpes em mais de 100 instituições, entre redes de lojas, joalherias e bancos. Em 1950, ele conseguiu enganar o Banco Nacional de Punjab depois de se passar por um grande empresário, roubando o equivalente a 1 milhão de dólares em um golpe envolvendo frete ferroviário de sacas de arroz.
Passando-se por figuras famosas da índia, como membros da família Birla e o magnata Dhirubhai Ambani, ele conseguiu fazer empréstimos e transações milionárias, além de fazer compras com cheques falsos.
No entanto, nenhum desses crimes foram maiores do que ele ter forjado a assinatura do então presidente Rajendra Prasad, ao se infiltrar no Parlamento Indiano, e tentar vender por 3 vezes o Taj Mahal e o Forte Vermelho.
(Fonte: Rozbuzz/Reprodução)
De alguma forma, conforme seus crimes foram se espalhando, Natwarlal se tornou uma espécie de Robin Hood em sua aldeia natal. Verdadeiras lendas alegavam que o homem roubava dos ricos para doar aos pobres, o que gerou um pacto entre os cidadãos de Bangra e o fugitivo quando ele visitava o local escondido, enquanto era procurado por todo o país.
Em 1957, Natwarlal foi preso em Bihar, onde foi condenado a 113 anos de encarceramento na prisão de Kanpur. No mesmo ano, ele conseguiu fugir usando um uniforme policial contrabandeado e subornando um dos guardas de sua cela com uma maleta repleta de dinheiro – que na verdade continha apenas jornais.
(Fonte: IndiaTimes/Reprodução)
Apesar de seu desempenho, Natwarlal foi preso por pelo menos 20 anos de sua vida, escapando várias vezes e recebendo condenações ainda mais severas. A última vez foi em 24 de junho de 1996, aos 84 anos, e sobre uma cadeira de rodas enquanto era transportado para um hospital para receber tratamento.
Ele sumiu na estação ferroviária de Nova Deli sob a forte escolta policial da instituição carcerária de Kanpur. Depois desse dia, só em 2009 o nome de Natwarlal foi pronunciado novamente, quando seu advogado solicitou que as mais de 100 acusações pendentes contra o homem fossem retiradas, pois ele havia morrido em 25 de julho daquele ano. Contudo, seu irmão alegou que o havia cremado em 1996, o ano de sua última fuga.
Muito embora a data de sua morte seja incerta, o seu legado de maior vigarista da história da Índia é certo. E o povo de Bangra se orgulha tanto de todos os feitos do homem que ergueram até uma estátua em seu nome no local onde ficava a casa que ele nasceu.