Estilo de vida
30/06/2021 às 12:00•2 min de leitura
O bombardeio aéreo mais mortal de toda a nossa história foi intitulado de Operação Capela pelas Forças Aéreas dos Estados Unidos (USAAF), enquanto o governo japonês chamou de o Grande Ataque Aéreo de Tóquio, responsável por transformar a cidade no maior inferno na Terra.
O governo norte-americano elaborou uma lista de alvos para paralisar Tóquio, construindo bases nas principais ilhas do Japão. Eles usaram Tinian e Guam para construir bombardeiros B-29 para lançar bombas fora do alcance dos canhões antiaéreos.
Em uma época que Tóquio era uma cidade composta por casas de madeira, a estratégia do general Curtis LeMay era lançar as bombas incendiárias sobre os civis para garantir a destruição máxima.
(Fonte: The New York Times/Reprodução)
Na madrugada de 10 de março de 1945, por volta de 1h30, os bombardeiros de guerra dos EUA lançaram 2 mil toneladas de bombas incendiárias em Tóquio durante dois dias, o equivalente a 500 mil bombas.
Quando as sirenes tocaram, os habitantes que tiveram a chance de acordar vivos se depararam com um inferno na Terra. Em alguns lugares da cidade, as temperaturas atingiram mais de 1.800 °C, com ventos superaquecidos que se transformaram em tornados, carregando casas, animais e pessoas ao longo das ruas.
(Fonte: The New York Times/Reprodução)
Antes que amanhecesse, o governo norte-americano havia incinerado 80 mil civis japoneses. No dia seguinte, a pilha de mortos já havia atingido 130 mil, em meio a mais de 1 milhão de pessoas desabrigadas e milhares feridas. Mais tarde, entre 6 e 9 de agosto daquele ano, mais 166 mil pessoas morreriam em Hiroshima e 80 mil em Nagasaki pelas bombas nucleares Little Boy e Fat Man.
De abril até maio, mais de 61 quilômetros do território de Tóquio foi reduzido a cinzas. De acordo com o piloto Robert Bigelow, era possível ver a cortina de fumaça de até 240 quilômetros de distância.
(Fonte: Sciences Po/Reprodução)
“Criamos um inferno além da imaginação mais selvagem de Dante”, escreveu o piloto do B-29, referindo-se ao ataque que marcou o início da desumanização do ser humano.
Sobre a calamidade, Kantaro Suzuki, então Primeiro-ministro do Japão, declarou: "Nós, os súditos, estamos furiosos com os atos americanos. Eu, por meio deste, determino firmemente com o resto das 100 milhões de pessoas desta nação a esmagar o inimigo arrogante, cujos atos são imperdoáveis aos olhos do céu e dos homens".