Ciência
10/09/2021 às 13:00•4 min de leitura
A manhã do dia 11 de setembro de 2001 entraria para a história da humanidade como uma das maiores tragédias já vistas pelo mundo todo. Às 8h45 da manhã daquela terça-feira, um avião Boeing 767 atingiria a Torre Norte do World Trade Center (WTC) com toda a força e deixando o arranha-céu em chamas.
O cenário, que já era de completo pânico, ficou ainda mais preocupante 18 minutos depois. Quando as câmeras internacionais já estavam ligadas para relatar o acidente, outra aeronave de mesmo modelo se chocou contra a Torre Sul do conglomerado comercial às 9h03. Tratava-se de um atentado terrorista que deixaria 2.996 mortos em solo norte-americano.
Torres Gêmeas sendo construídas. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Inaugurado no dia 4 de abril de 1973, o WTC original foi um complexo de sete prédios na região de Lower Manhattan, no coração de Nova York, construídos para uso comercial. Os dois edifícios mais altos, apelidados de Torres Gêmeas, tinham 110 andares e 417 metros de altura.
Na época da construção, foram considerados os dois prédios mais altos do mundo. O custo do projeto foi de US$ 400 milhões, o equivalente a US$ 2,27 bilhões com correções monetárias em 2018. Com design moderno e construção em blocos, a estrutura do WTC foi feita para revolucionar a história dos arranha-céus e demonstrar novas técnicas de engenharia.
Ao longo da história, os prédios passaram por alguns incidentes, como um incêndio em 1975, um atentado a bomba em 1993 e um assalto a bomba em 1998. Entretanto, nenhum desses casos chegou nem perto da magnitude dos acontecimentos do dia 11 de setembro de 2001, quando um ataque terrorista deixou um rastro na história do país.
Torres Gêmeas em chamas no dia do atentado. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Na manhã daquele dia, 19 terroristas do grupo fundamentalista islâmico Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais de passageiros nos EUA. O plano era coordenar uma série de ataques suicidas contra edifícios simbólicos no cotidiano norte-americano: as Torres Gêmeas, o prédio do Pentágono e potencialmente a sede do governo em Washington DC.
O voo 11 da American Airlines, com tripulação de 11 membros e 76 passageiros, e o voo 175 da United Airlines, com tripulação de nove membros e 51 passageiros, foram as aeronaves direcionadas até os enormes arranha-céus da região de Wall Street, considerada um verdadeiro centro do capitalismo financeiro.
O impacto matou todos os passageiros a bordo e muitas das pessoas que trabalhavam nos edifícios. As cenas de terror foram difundidas pela mídia internacional e os dois prédios do WTC desmoronaram horas depois, destruindo boa parte da vizinhança local e causando novas vítimas.
Os terroristas que assumiram controle do voo 77 da American Airlines também conseguiram chocar a aeronave contra o prédio do Pentágono — que serve como sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O quarto e último avião, batizado de voo 93 da United Airlines, chocou-se no chão perto de Shanksville, na Pensilvânia, após os passageiros se rebelarem.
Ruínas das Torres Gêmeas. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Entre o colapso da primeira aeronave e a queda da Torre Norte foram 102 minutos de separação. Às 10h28, o arranha-céu desabou em impressionantes 11 segundos. A Torre Sul desabou em menos tempo. Após 56 minutos resistindo às chamas, o prédio colapsou em 9 segundos às 9h59 do dia 11 de setembro.
De acordo com especialistas, a queda das Torres Gêmeas se deu por uma combinação fatal: os danos estruturais nos edifícios e as chamas que tomavam conta do local. Com isso, as vigas de aço dos prédios foram retorcidas e as colunas de sustentação completamente prejudicadas. Os andares inferiores sofreram com o sobrepeso dos escombros e acabaram cedendo.
As cenas vivenciadas naquele dia foram verdadeiramente desesperadoras. Na tentativa de fugir do calor das chamas, algumas pessoas foram flagradas pulando pelas janelas dos prédios. Na época, diversas teorias da conspiração surgiram para tentar explicar a queda de dois marcos arquitetônicos tão imponentes — nenhuma delas comprovadas até hoje.
Site do FBI aponta a morte de Osama Bin Laden. (Fonte: Wikimedia Commons)
Nos atentados do dia 11 de setembro foi a primeira vez em que os Estados Unidos, uma potência militar, se mostrou vulnerável em seu próprio território. Naquela época, o país era governado pelo presidente George W. Bush, eleito em 2000 após uma acirrada disputa contra o democrata Al Gore — que incluiu uma polêmica contagem de votos na Flórida.
Em resposta aos ataques, o exército norte-americano invadiu o Afeganistão, em 2001, e o Iraque, em 2003, dois países acusados de apoiar a Al-Qaeda. O Talibã, que na época comandava o Afeganistão, era acusado de ajudar a esconder líderes da organização terrorista.
A principal figura procurada era Osama Bin Laden, líder do grupo e acusado de ser mentor dos acontecimentos de Nova York. Bin Laden só seria capturado pelo comando norte-americano em 2011, na região montanhosa perto de Islamabad, capital do Paquistão. A morte foi anunciada em rede nacional por Barack Obama, então presidente, e rendeu diversas comemorações pelas ruas dos EUA.
De acordo com um comunicado divulgado pela Al Qaeda em 2002, os ataques teriam sido frutos da relação americana com o mundo árabe, como a presença de militares do país na Arábia Saudita e o apoio a Israel.
Memorial ao 11 de setembro em Wall Street. (Fonte: Wikimedia Commons)
Atualmente, a região do World Trade Center guarda um memorial para todas as vítimas do 11 de setembro, apenas uma das diversas homenagens espalhadas pelo país. Apesar de ainda abrigar muitos escritórios comerciais, a região foi transformada pelo turismo e completamente revitalizada.
Em 2014, o arranha-céu One World Trade Center foi inaugurado para servir como edifício principal do novo complexo do WTC, com a antiga Torre Norte localizada ao sul. Com 541 m de altura, é o prédio mais alto dos EUA e um dos mais imponentes no mundo todo.
Os atentados terroristas criaram um verdadeiro impacto na maneira como os norte-americanos exercem a política internacional. Desde 2001, o governo americano fortaleceu suas agências de inteligência e entrou em diversos embates no Oriente Médio — de onde o mundo viu surgir o Estado Islâmico como nova ameaça.
O 11 de setembro deixou uma ferida aberta no coração de diversas famílias que perderam seus entes queridos nessa tragédia e para sempre lembrarão dessa data com enorme tristeza.