Ciência
28/11/2021 às 12:00•2 min de leitura
Em 18 de janeiro de 1958, membros da organização supremacista branca Ku Klux Klan (KKK) foram pegos de surpresa. Enquanto tentavam organizar uma carreata pela cidade de Maxton, no estado da Carolina do Norte, o grupo se viu obrigado a enfrentar 500 membros da tribo Lumbee, nativos americanos.
O confronto ficou historicamente conhecido como a Batalha de Hayes Pond. Para a surpresa de muitos, entretanto, essa também é a data em que a Klan foi chutada para fora da cidade e teve que buscar outro lugar para realizar suas reuniões. Saiba mais sobre a história desse conflito.
(Fonte: Shutterstock)
O objetivo da KKK na Carolina do Norte era apenas um: recrutar novas pessoas para participarem da organização. Porém, houve um sério problema de planejamento nessa estratégia, visto que o Condado de Robeson, onde deveriam ocorrer as passeatas, tinha uma larga população de nativos americanos.
O evento estava sendo organizado por James William “Catfish” Cole, um líder da Klan na Carolina do Sul que desejava expandir seu comando para o norte. No entanto, Cole não contava com o poder dos Lumpee, que ficaram extremamente furiosos quando tomaram conhecimento da notícia.
A tribo, então, reuniu rifles, espingardas, cassetetes e pedras, e marchou em direção a Hayes Pond, uma localização fora da cidade onde a KKK havia montado um pequeno acampamento. Ao fim do dia, os racistas haviam sido derrotados e uma era de terror para as comunidades negras e indígenas chegou ao fim na Carolina do Norte.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Na década de 1950, o Condado de Robeson era uma comunidade dividida. Apesar de 40% da sua população ser composta de pessoas brancas, os indígenas da tribo Lumbee representavam um terço da somatória e pessoas negras eram um quarto. Por mais que os dois últimos grupos fossem perseguidos da mesma forma, não interagiam entre si.
Ao longo daquela década, a KKK tentava sua expansão pela região e fez seguidas ações para incitar o desespero nos grupos minoritários. Um exemplo disso aconteceu em 1958, quando os membros da Klan queimaram uma cruz em frente à casa de uma mulher Lumbee após rumores de que ela estava namorando um homem branco.
Foi daí que surgiu a ideia da passeata por Maxton, que serviria como um recado final para negros e indígenas. Panfletos foram distribuídos e placas erguidas por todas as partes e o evento aparecia na capa dos jornais. Mesmo assim, os Lumbee decidiram bater de frente.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A resistência Lumbee foi organizada por Simeon Oxendine e Sanford Locklear, líderes daquela comunidade. Na calada da noite, alguém havia atirado na única fonte de luz que iluminava o acampamento da Klan em Hayes Pond. Amedrontados, a KKK tentou retaliar cegamente.
Com apenas 50 participantes, os supremacistas estavam em desvantagem numérica. Ao perceberem a situação em que estavam, muitos correram e até mesmo deixaram mulheres e filhos para trás para se proteger. Sem que ninguém fosse morto na batalha, os nativos americanos vitoriosamente expulsaram a KKK da sua região.
Orgulhosamente, os Lumbee posaram para fotos exibindo uma faixa abandonada pela KKK como símbolo de sua conquista. Não demorou muito para que o conflito se tornasse um marco de resistência no país inteiro e fosse divulgado em larga escala pela imprensa nacional.