Kleenex: como os lenços de papel mudaram a História

28/12/2021 às 02:002 min de leitura

A marca de lenços descartáveis Kleenex está entre uma das mais famosas no ramo, principalmente devido ao seu pioneirismo na indústria de lenços. Atualmente, você consegue encontrar uma caixa de lenços coloridos ou brancos, pequenos ou médios; porém sempre macios, absorventes e até com um perfume discreto em suas embalagens práticas.

Mas, antes de ser usado para remover a maquiagem, assuar o nariz, limpar óculos, secar o suor ou até anotar coisas, os lenços foram fundamentais para evitar que soldados morressem na frente de batalha.

A revolução em uma caixa

(Fonte: MilitaryHistoryNow/Reprodução)(Fonte: MilitaryHistoryNow/Reprodução)

Fabricante de papel desde 1872, a empresa Kimberly-Clark criou em 1914, bem no início da Primeira Guerra Mundial, o cellucotton, um substituto macio e absorvente feito de celulose da polpa de madeira e de uma pequena quantidade de algodão.

Em uma época em que o algodão se tornou escasso pela alta demanda exigida pelo conflito, o material foi um ótimo substituto, principalmente durante a guerra química. O cellucotton foi usado em máscaras de gás e em outras proteções faciais dos soldados para servir como uma espécie de filtro resistente, porém descartável. Ele protegeu contra o gás de mostarda, o gás cloro e outros agentes químicos que foram muito testados em campo de batalha.

Após o cellucotton ser implementado em bandagens para suprir a falta do algodão em hospitais de toda a Europa e nos Estados Unidos, as enfermeiras descobriram que eles poderiam ser utilizados como absorventes menstruais — levando a marca a começar a vender uma nova linha voltada para a higiene do público feminino, chamada Kotex.

(Fonte: First Versions/Reprodução)(Fonte: First Versions/Reprodução)

Foi só em 12 de junho de 1924 que os lenços faciais descartáveis da marca foram inventados, comercializados em caixas contendo 100 folhas. A princípio, o produto foi destinado apenas ao público feminino, visando remover cremes e maquiagem.

Apesar de a empresa ter apostado em anúncios apelativos, como “O novo segredo usado por estrelas do cinema que mantém a pele bonita”, os lenços foram considerados uma extravagância para época devido ao seu alto custo (65 centavos) — afinal era só um pedaço de papel retangular.

Foi só após ingressar no mercado canadense como uma opção higiênica aos tradicionais lenços de pano que os homens carregavam no bolso, que a marca Kleenex começou a se popularizar, sobretudo com anúncios tendo Helen Hayes e Jean Harlow divulgando o produto.

A mudança

(Fonte: The National Interest/Reprodução)(Fonte: The National Interest/Reprodução)

O produto só caiu no gosto popular de vez em meados de 1930, após um ano do lançamento dos lenços de papel em embalagem pop-up (ao puxar uma folha, parte da próxima sai da caixa), porque a marca abandonou a ideia de um lenço para remover cremes e maquiagem, e passou a apostar no uso como lenço de assuar o nariz.

“Não ponha um resfriado em seu bolso”, este foi o slogan da marca, fazendo o volume de vendas do Kleenex dobrar no ano seguinte.

Com a Segunda Guerra Mundial, o produto se tornou uma necessidade básica no campo de batalha para ser usado em curativos e bandagens. Na era do pós-guerra, em 1950, a marca já havia se tornado a favorita da América no ramo de lenços de papel descartável.

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