Ciência
16/01/2022 às 06:00•3 min de leitura
Talvez você afirme estar vivendo os piores tempos da história da humanidade por causa da pandemia do coronavírus, mas se você acredita que as coisas estão piorando a cada ano que passa, saiba que, provavelmente, a situação já foi muito pior.
O fato é que existem na história algumas datas que são verdadeiramente terríveis. Para mostrar a você que talvez o que estamos vivendo não esteja sendo tão tenebroso assim, ainda que horrível, de qualquer forma, apresentamos os 6 piores anos para se viver na história da humanidade.
(Fonte: The Collector/Reprodução)
O ano é 536 d.C. e uma névoa cobria a Europa, o Oriente Médio e parte da Ásia. O Sol perdeu seu brilho, e a temperatura nessas partes do mundo caiu. Parece roteiro de filme de terror, mas isso realmente aconteceu. Então, o ano 536 é considerado, por historiadores, o pior ano para se estar vivo.
Pesquisas afirmam que o nevoeiro teria ligação com grandes erupções vulcânicas ocorridas na região que compreende a Islândia. Fome, adoecimento de famílias inteiras e crises econômicas se espalharam. Seus impactos teriam chegado a criar outro período sombrio da humanidade, conhecido pela praga de Justiniano.
(Fonte: Brewminate)
A precursora de todas as pandemias da história tem data: 541 d.C. Chamada de praga de Justiniano, ela era transmitida pela picada de pulgas de ratos infectados. Originada no Egito, chegou à Constantinopla, capital do Império Bizantino, e se alastrou pela Síria, Europa e Ásia Menor — hoje Turquia.
Estima-se que mais de 25 milhões de pessoas tenham morrido em decorrência da doença. Foi batizada dessa maneira porque as tropas justinianas teriam ajudado a propagá-la.
(Fonte: History)
A peste bubônica tornaria a assolar a Europa no século XIV. Ela é um marco importante na transformação da sociedade e da economia na era medieval. Estima-se que a peste tenha ceifado a vida de mais de 50 milhões de pessoas. Só a Europa teria perdido quase metade de sua população.
A origem é semelhante à praga de Justiniano, com roedores carregando a doença trazidos em barcos de mercadores italianos, encontrando, na Europa, um terreno fértil para fazer um verdadeiro estrago em todas as camadas sociais.
(Fonte: Science)
A chegada dos europeus nas Américas foi determinante para a história dos continentes. Um dos primeiros impactos está diretamente relacionado com as doenças trazidas pelos colonizadores ao continente. As populações originárias, até então isoladas, passaram a sofrer com os patógenos mortais carregados de seus países de origem.
Sarampo, gripe, peste, malária, difteria, tifo e cólera causaram estragos, mas foi a varíola a maior responsável por eliminar cerca de 20 milhões de indígenas. Pesquisas indicam que, ao longo de cem anos, as comunidades indígenas foram reduzidas de 60 milhões de pessoas para apenas 5 ou 6 milhões, muito por causa das doenças trazidas pelos europeus.
(Fonte: Folha de São Paulo)
A Primeira Guerra Mundial e a gripe espanhola fizeram muitos estragos. Imagine que uma terrível guerra toma conta de parte considerável da Europa e acaba com a vida de 8 milhões de pessoas. Agora, junte a isso uma epidemia severa de gripe, em período cujos avanços vacinais fossem limitados.
Pois é, 1918 foi um dos anos mais terríveis e desastrosos da humanidade. A epidemia de gripe — a maior do século XX — partiu de uma variante do vírus Influenza vinda dos porcos. Sua origem seria uma base militar nos Estados Unidos que treinava americanos para a Primeira Guerra Mundial. Adoecidos, eles embarcaram para a Europa, onde a doença se alastrou.
A gripe espanhola, que de espanhola não tem nada, matou ao menos 50 milhões de pessoas em 1 ano, número que pode ter sido muito maior. Mesmo no Brasil, 35 mil pessoas morreram, entre elas, o presidente Rodrigues Alves.
(Fonte: Suno)
Parece óbvio que um ano conhecido como Grande Depressão deve ter sido bem ruim. Foi dessa maneira que batizaram a crise de superprodução de 1929, resultado do colapso do capitalismo e do liberalismo econômico.
Uma grande recessão econômica estourou nos Estados Unidos, que já eram a maior economia global. Apesar do boom da economia na década de 1920, os baixos salários fizeram que o aumento da produção não fosse acompanhado pelo aumento do consumo. Com pouco dinheiro, milhares de pessoas que tinham ações em empresas americanas decidiram comercializá-las.
O pico de vendas do dia 24 de outubro de 1929 resultou na quebra da Bolsa de Nova York, também conhecida como “quinta-feira negra”. Era a quebra da economia que, à época, era a maior credora do mundo, responsável por produzir 42% de todos os bens industrializados e por comprar 40% das matérias-primas das 15 nações mais comerciais do mundo.