Ciência
09/02/2022 às 12:00•2 min de leitura
Se você tivesse sido condenado por algum crime no passado, não havia tipo de pena mais cruel do que ser esmagado até a morte — e olha que esse não era um método tão inusitado assim. Enquanto amarrada, essa pessoa teria grandes pesos colocados sobre ela aos poucos até que a pressão fosse suficiente para triturar seu corpo.
O primeiro relato desse tipo de execução está ligado ao sudeste da Ásia, há 4 mil anos, quando um elefante treinado seria utilizado para esmagar por completo um prisioneiro desobediente. Para os sortudos, o animal pisaria com tanta força que seria esmagado feito um inseto. Para os azarados, restava apenas uma morte lenta e muito dolorosa.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Embora existam poucas evidências de que a morte por pressão tenha sido usada como método de execução em nações como a Pérsia, Cartago e a Roma Antiga, praticamente todos os países do mundo já praticaram o esmagamento de uma forma ou outra.
Enquanto o sudeste asiático usava elefantes, relatos indicam que os romanos preferiam leões e ursos por serem criaturas mais inteligentes e fáceis de treinar. Na Grã-Bretanha, por outro lado, essa prática era usada como tortura. Enquanto muitos países usavam a pressão até a morte em condenados convictos, os britânicos faziam isso para que um suspeito confessasse seus crimes.
A corte esperava que a pressão fizesse os criminosos confessarem ou apelarem sobre a condenação. Caso o indivíduo continuasse sem se manifestar, mais peso seria colocado aos poucos em seu peito — até o ponto em que essa pessoa sufocaria e teria seus ossos quebrados.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Para muitos, confessar um crime que não havia cometido não era uma opção plausível. O melhor exemplo disso aconteceu nos Estados Unidos durante os julgamentos das Bruxas de Salém. Em 1692, cerca de 200 pessoas foram acusadas de bruxaria na cidade de Danvers, próxima a Boston.
Entre elas estavam Giles Corey, um fazendeiro que já havia sido condenado anteriormente por ter batido em um ladrão de maçãs até a morte. Assim como muitas pessoas não gostadas pela comunidade, Corey se viu no meio das acusações de bruxaria e pouco poderia fazer para se defender.
Restava-lhe duas opções: ele poderia entrar com um recurso e acabar condenado da mesma forma, ou simplesmente se recusar a ser julgado. Porém, a última escolha viria acompanhada da decisão do júri de pressioná-lo até confessar.
Giles não queria que suas propriedades fossem tomadas pelas autoridades locais, então ele nunca implorou. No terceiro dia, em 19 de setembro de 1692, ele morreu pressionado até a morte. Segundo historiadores, esse caso fez com que a população local mudasse sua visão sobre como os julgamentos das Bruxas de Salém estavam sendo feitos.