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13/03/2022 às 10:00•2 min de leitura
Durante a década de 1970, o mundo viveu uma efervescência cultural com muito impacto na música e nos costumes. O punk surgiu como um movimento artístico de contracultura, em oposição aos hippies dos anos 1960 e ao rock progressivo da virada dos anos 1960 para 1970.
A ideologia defendida pelos punks foi divulgada, principalmente, através da música. Os tópicos que a compunham mostravam uma posição contrária ao autoritarismo e ao consumismo, além da defesa de uma liberdade anárquica. Com forte presença nos Estados Unidos e no Reino Unido, o movimento punk viveu realidades diferentes nos dois países.
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(Fonte: Jack Vartoogian/Getty Images)
Casa icônica da cena underground nos Estados Unidos, o CBGB foi o polo onde um grupo de bandas e frequentadores com ideias semelhantes de vida começaram a se unir e fazer sucesso, especialmente por se opor ao rock progressivo, considerado muito pomposo. Por essa razão, é aceito como o ponto de partida do movimento punk.
Enquanto isso, na Inglaterra, bandas como Sex Pistols e The Clash surgiam em meio a um momento político problemático, extravasando a insatisfação com o governo local e a miséria econômica em que viviam, especialmente, os jovens. Essa crise ajudou a impulsionar a inconformidade.
Havia uma diferença crucial entre os punks americanos e os britânicos: os ingleses que faziam parte do movimento eram, em sua maioria, oriundos de famílias muito pobres, por isso a insatisfação com a situação econômica era mais presente no Reino Unido.
(Fonte: PA Images/Alamy)
O punk foi efervescente especialmente entre os jovens. Ainda que fosse primordialmente expresso por meio da música, se espalhou por diferentes formas de expressões, como a moda e as artes visuais. Ele sedimentou as bases para uma maneira de expressão criativa e alternativa ao mainstream, resultando em um estilo de vida baseado no questionamento da ordem vigente.
Contudo, a rebeldia representada pelos punks tinha objetivos. Na música, por exemplo, foram responsáveis por fazer os roqueiros abrissem os ouvidos para outros gêneros. Nas questões comportamentais, foi um movimento que abriu espaço para as mulheres, pela super politização permeada por ideais anarquistas e socialistas.
Mas uma das contribuições mais longínquas foi a filosofia DIY, "do it yourself" — ou "faça você mesmo", em português. Esse pensamento seguia o caminho de defesa de ideais de liberdade e anticonsumismo, da expansão da criatividade pela construção de projetos de forma autônoma. Posteriormente, o DIY se expandiu para a música e o design, sempre importantíssimo para estas linguagens.
(Fonte: Glamurama/Getty Images)
Originalmente, a palavra inglesa punk descrevia garotos de programa, mas também era utilizada para se referir a "jovens que não têm compromissos com a vida", um eufemismo para "pessoas desocupadas".
Enquanto gênero musical, o termo foi popularizado quando o fanzine Punk foi criado, no ano de 1976. A consolidação do fanzine como material de divulgação de bandas e elementos relacionados à cultura punk ajudou a batizar o gênero musical e o movimento comportamental.
Quase cinco décadas depois, o movimento que surgiu como resposta à cultura dominante é pilar da indústria cultural vigente. Das lojas de fast fashion aos principais sucessos da música pop, muitos elementos do punk estão presentes. Uma suave ironia para quem era tão rebelde, não é mesmo?