Divórcio medieval: casais lutavam até a morte para se separarem

21/04/2022 às 11:002 min de leitura

Devido aos custos e a burocracia imensa imposta por uma lei privada do Parlamento, na Grã-Bretanha da década de 1750, o processo de divórcio era demorado e uma verdadeira sina para os casais. Foi pensando em facilitar a vida dos pobres que surgiu uma prática absurda, mas normalizada pela sociedade e governo, chamada venda de esposas.

Isso foi feito em lugares mais remotos até meados do século XIX na Inglaterra, com homens arrastando suas esposas em correntes e as conduzindo até tavernas, praças e feiras para leiloá-las para outros homens, sem ter que enfrentar a lei. Apesar do teor, deu muito certo.

Mas no período medieval, a situação era bem diferente, e no mínimo alarmante. Na França, por exemplo, quando marido e mulher não conseguiam mais conviver como um casal, a única maneira de um homem impedir que sua esposa o deixasse era obter uma ereção completa no meio de um tribunal, provando que ainda "estava à altura da tarefa de prover seus deveres sagrados como marido".

Em outras situações, tanto em uma corte francesa como em qualquer outra da Europa durante período medieval, era possível que ambos invocassem o tribunal por combate para saber quem sairia vitorioso da ação.

Um passo para frente e dois para trás                           

(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

O julgamento por combate era uma prática bastante popular naquele tempo, ainda que fosse difícil ver mulheres como oponentes, visto que o princípio dele era sem mulheres, crianças ou leprosos. Só havia duas exceções: quando uma mulher precisava se defender ao ser acusada de cometer um crime, ou durante as disputas conjugais.

Por outro lado, se julgasse mais adequado, a mulher poderia designar um homem campeão para representá-lo, o mais próximo que ela teria de um advogado naquele tempo. Mas poucas o faziam, visto que era um momento crucial para elas mostrarem que poderiam ser independentes e cuidar do fim daquela relação por conta própria.

Segundo o manual de duelo escrito por Hans Talhoffer, em 1467, os juízes tomaram algumas medidas para tornar o duelo entre marido e mulher o mais justo o possível. Diferente dos duelos por combates regulares, em que os réus tinham a permissão de escolher a própria arma, nos duelos conjugais as armas foram designadas pela corte. A mulher seria armada com uma pedra embrulhada em um pano e os homens lutavam com um porrete de madeira.

(Fonte: Science Photo Library/Reprodução)(Fonte: Science Photo Library/Reprodução)

A luta acontecia com o homem em um buraco até a altura do peito, de onde ele poderia atacar sua esposa com o porrete apenas em uma mão, enquanto a outra ficaria amarrada às costas. E apesar disso, o homem ainda tinha muitas vantagens a seu favor, como mais força que as mulheres que não estavam acostumadas ao tipo de situação, tampouco a pegar em armas, e outras táticas desenvolvidas ao longo do tempo.

Não se sabe ao certo como era determinado um vencedor, apenas que a morte de um dos participantes era certa. Se o marido vencesse, a mulher era enterrada viva em um buraco, mas se ela ganhasse, o homem então era executado com honras na praça da cidade.

No final das contas, o sexismo da época sempre vencia, de uma forma ou de outra, em um jogo de progresso e retrocesso, sempre com um passo para frente e dois para trás.

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