Turu: a iguaria afrodisíaca do Pará

12/01/2023 às 09:002 min de leitura

Se você tem estômago fraco e estiver pronto para viajar para a Ilha de Marajó, no Pará, prepare-se: o tutu, também conhecido como teredo ou gusano, é uma iguaria local que tem despertado a repulsa em diversos internautas brasileiros. Essas criaturas são moluscos que vivem dentro do tronco de árvores apodrecidas que caíram dentro do mangue, fazendo parte da família dos teredinídeos. 

O turu se parece muito com uma minhoca gigante, possuindo corpo gelatinoso, cabeça dura e dentes na boca. Esses dentes são usados para comer a madeira podre por dentro e para formar colônias dentro dos cascos — o motivo pelo qual são encontrados em grandes quantidades nos manguezais. Conheça mais sobre esses animais nos próximos parágrafos!

Busca por turus

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

Por serem criaturas oriundas do mangue, dificilmente é possível encontrar turus em outras regiões do Brasil. Por esse motivo, são bastante famosos no Pará e também na Amazônia. Desde que foram descobertos pelos indígenas, os turus passaram a fazer parte das principais refeições de muitos habitantes dessas regiões.

Vale ressaltar que, embora pareçam bastante nojentos, são animais ricos em cálcio, ferro e possuem um sabor exótico — que muitos dizem até mesmo render efeitos afrodisíacos. Para encontrar um turu, o ideal é que seja no período de maré baixa. Como esses moluscos habitam no interior de troncos caídos sobre a lama do manguezal, fica mais fácil achá-los quando não tem tanta água atrapalhando o caminho.

O tamanho de um turu costuma variar de 10 centímetros a mais de 1 metro, dependendo da idade da criatura. Para prepará-los para comer é bastante simples. Em geral, basta cortar a cabeça fora, abrir sua barriga de cima para baixo e limpá-los. Depois disso, lave a carne na água, seja ela a do mangue ou uma preparada, e tempere-a com sal e limão. 

Participação em outros pratos

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

Embora o turu seja tradicionalmente comido cru — o que espanta ainda mais os turistas —, ele também pode ser utilizado em outros pratos. Por exemplo, alguns restaurantes locais também servem o molusco cozido junto de um caldo. No entanto, o turu não é exatamente uma comida refinada.

Entre os habitantes da Ilha de Marajó, esse animal costuma ser uma iguaria mais comum dentro das residências de pessoas mais humildes. Principalmente para quem trabalha na região caçando caranguejos e passando o dia todo no mangue, os turus acabam se tornando uma fonte de nutrientes muito importante.

Outro ponto que é importante ter em mente é que a área de extração dos turus fica dentro de uma Reserva Extrativista da Marinha e de proteção ambiental, fiscalizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Portanto, não é preciso derrubar os mangueiros para obter esses moluscos, uma vez que as árvores caem naturalmente conforme os ciclos da natureza. A técnica é típica do local e permite o sustento de comunidades marajoaras, além de fomentar a gastronomia daquele lugar. 

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