Pietro della Valle: o italiano que explorou o Oriente no século XVII

08/05/2023 às 08:002 min de leitura

É possível que boa parte da população do planeta tenha um sonho em comum: viajar bastante. Nesse quesito, é possível dizer que o explorador italiano Pietro della Valle é um abençoado. 

Nascido em Roma no século XVI, ele se tornou conhecido por ter passado mais de 10 anos viajando pelo Oriente Médio e pela Índia, descrevendo com riqueza de detalhes os lugares e costumes pouco conhecidos até então pela Europa. 

Da desilusão ao Oriente

Pietro della Valle, também conhecido como "O Peregrino". (Fonte: Wikipedia/Reprodução)Pietro della Valle, também conhecido como "O Peregrino". (Fonte: Wikipedia/Reprodução)

Tudo começa após Pietro, ainda com 20 anos, ter seu coração partido após uma desilusão amorosa. Tal fato o fez cogitar o suicídio. Contudo, graças ao seu amigo Mario Schipano, que lhe deu a ideia de se aventurar pelo mundo, della Valle resolveu partir para conhecer o Oriente. O ano era 1614.

Pietro saiu de Veneza com destino a Jerusalém, passando depois por lugares como Egito, Pérsia, Constantinopla, Bagdá e Índia.  

Suas viagens aconteceram numa época em que o mundo ainda estava sendo explorado pelos europeus, e a descrição esmiuçada de suas jornadas virou um mar de informações sobre as culturas, línguas, religiões e costumes do Oriente Médio e da Índia. 

Pietro manteve um diário detalhado de tudo o que viu e ouviu, mas sempre mantendo seu ceticismo alerta para não ser enganado por histórias falsas

Ele também levou consigo um artista para registrar sua peregrinação, porém todo o rico material produzido se perdeu. Seu desejo era que seus compatriotas tivessem uma visão clara das terras orientais por motivos comerciais e diplomáticos.

Casamento e cartas 

Pietro escreveu milhares de cartas descrevendo os lugares por onde passou. (Fonte: GettyImages/Reprodução)Pietro escreveu milhares de cartas descrevendo os lugares por onde passou. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

Durante a passagem por Bagdá, Pietro se casou com uma cristã síria chamada Maani, que o acompanhou nas viagens seguintes. Infelizmente, ela faleceu em Persépolis, Pérsia, em 1621. Mais uma vez o coração do italiano estava destroçado. 

Querendo enterrá-la na Itália, della Valle mandou que o corpo de Maani fosse embalsamado para que ele pudesse levá-lo. De uma forma ou de outra, sua esposa o acompanhou até seu retorno a Roma, que aconteceu em 1626.

Durante o período em que esteve no Oriente, ele manteve contato frequente com sua família e amigos por meio de cartas. 

As cartas escritas por Pietro della Valle foram muito importantes porque, além de descreverem as terras orientais de maneira minuciosa, foram uma das primeiras fontes ocidentais a fornecer informações precisas sobre a cultura, religião e costumes dos povos orientais.

Além disso, as cartas de Pietro também revelam muito sobre sua personalidade e sua forma de pensar. Ele era um homem curioso, ávido por conhecimento e sempre em busca de novas experiências. Suas cartas demonstram sua paixão pelas artes, literatura, ciência e filosofia, além de seu interesse em questões políticas e religiosas.  

Infelizmente, várias de suas cartas se perderam ao longo do tempo, mas algumas sobreviveram para se tornarem tesouros.

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