Porfírio: a história da baleia que aterrorizava o mundo romano

19/06/2023 às 12:002 min de leitura

Já imaginou se deparar com uma baleia de 13 metros de comprimento e quase 5 metros de largura? Por mais que o primeiro nome que venha na sua cabeça talvez seja a lendária Moby Dick, do romance de Herman Melville, nós estamos falando sobre uma criatura tenebrosa que causou estragos no século VI nas águas dos estreitos que ligavam o Mar Egeu ao Mar Negro.

Apelidada de Porfírio — em homenagem ao gigante mitológico que travou guerra contra os deuses — pelos marinheiros daquela época, a criatura parecia ter um local de preferência para atacar: o Estreito de Bósforo. Seu reinado de terror, no entanto, chegou ao fim durante o reinado de Justiniano. Conheça mais sobre essa história nos próximos parágrafos!

A lenda de Porfírio

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Muito antes de Melville escrever qualquer coisa sobre Moby Dick em 1851, o povo de Constantinopla enfrentou sua própria baleia gigante engolidora de navios em Porfírio. Embora a espécie desse animal nunca tenha sido clara para os pesquisadores, descrições do seu tamanho, idade e atitude agressiva sugerem que ele pode ter sido um cachalote.

Os cachalotes são encontrados basicamente em todos os oceanos, seja dos polos ao equador, sobrevivendo em águas profundas sem gelo. No entanto, há quem afirme que Porfírio não era um cachalote, mas sim uma "orca de tamanho incomum", visto que as cachalotes não são facilmente encontradas no Mar Negro pelo fato de sua entrada ser muito rasa para essa espécie.

Todas as informações obtidas sobre essa criatura fenomenal foram produzidas pelo historiador bizantino do século VI, Procópio. De acordo com o pesquisador, Porfírio aterrorizou navios perto de Constantinopla por mais de 50 anos. A baleia tinha o hábito de se deslocar para outros lugares por longos períodos, mas costumava ficar escondida abaixo das ondas no Estreito de Bósforo.

Fim de uma era de medo

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Ao contrário de outras lendas de grandes baleias que destruíam navios baleeiros, Porfírio era conhecido por atacar qualquer navio que cruzasse seu caminho. Logo, navios de pesca, mercadores e até mesmo navios de guerra corriam o risco de ser seu próximo alvo. A criatura colossal gostava de afogar as embarcações aleatoriamente, causando um reinado de terror na costa de Constantinopla.

Porfírio causava tanto pânico que o imperador Justiniano I enfatizou que alguém precisaria capturá-la para proteger as águas em que os navios navegavam. E foi justamente em seu reinado que a baleia gigante encontrou um fim. Segundo Procópio, um dia o animal foi avistado perseguindo golfinhos perto da foz do Mar Negro e nadou muito perto da costa.

Por conta de tal empreitada ousada, ela acabou encalhando sozinha e passou a lutar para rolar e voltar ao fundo do mar. Rapidamente, a notícia de que Porfírio estava preso passou a se espalhar entre os locais. Não demorou muito para que os moradores da cidade corressem para a costa com armas na mão para finalmente se vingar do monstro que os aterrizava por 50 anos.

Sendo assim, a vida de Porfírio estava condenada. Usando cordas e machados, os locais começaram a atacar a baleia encalhada, o que não teve muito resultado. A baleia, então, foi puxada para a praia e cortada em muitos pedaços. Com isso, o animal mitológico perdeu sua vida e virou refeição para os moradores de Constantinopla. 

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