Ciência
05/02/2024 às 13:00•3 min de leitura
A nova temporada da série True Detective, antologia policial da HBO, tem várias conexões com casos reais que permanecem sem explicação. True Detective: Night Country, a quarta temporada do programa, se passa em uma pequena cidade fictícia do Alasca que permanece no escuro durante 30 dias, vivendo a chamada "noite polar", e dando margem para acontecimentos sombrios.
A seguir, compartilhamos os mistérios reais que inspiraram a série da HBO nesta nova temporada.
(Fonte: Wikipedia)
Em True Detective: Night Country, as policiais Liz Danvers (Jodie Foster) e Evangeline Navarro (Kali Reiss) investigam o desaparecimento de oito homens na Estação de Pesquisa Ártica de Tsalal. O nome da estação tem contornos literários e faz referência ao livro A Narrativa de Arthur Gordon Pym, único romance escrito por Edgar Allan Poe.
O Mary Celeste envolve um mistério marítimo com um navio que partiu de Nova York para Gênova, na Itália, em 7 de novembro de 1872. O capitão Benjamin Briggs viajava com uma tripulação de oito pessoas, incluindo sua esposa e sua filha de dois anos.
Depois de um mês navegando em alto mar, um navio inglês chamado Dei Gratia avistou o Mary Celeste à deriva. Dentro dele, a carga estava intacta, a comida estava intocada e um único barco salva-vidas havia desaparecido. Mas nenhuma pessoa estava a bordo.
O mistério sobre o que teria ocorrido com a tripulação nunca foi desvendado. Hipóteses reais e sobrenaturais foram levantadas, incluindo os efeitos da evaporação do álcool na tripulação, um sismo submarino seguido de maremoto, trombas de água e ataques de lulas-gigantes. Em 1894, Arthur Conan Doyle escreveu uma história baseada neste mistério, mas chamou o navio de Marie Celeste.
Além disso, o Mary Celeste também suscitou novas teorias. Em 2006, o professor de química Andrea Sella, da Universidade College London, criou uma explicação sobre um "tipo de explosão de onda de pressão" que poderia ter ocorrido no navio. “A explosão teria sido suficiente para abrir as escotilhas e teria sido completamente aterrorizante para todos a bordo”, explicou. Mas sua teoria não foi aceita por muitos pesquisadores.
(Fonte: Wikipedia)
Outra história que inspirou True Detective ocorreu em 1959 e envolvia o estudante Igor Dyatlov, em um incidente que ficou conhecido como Passo Dyatlov. Neste ano, o aluno do Instituto Politécnico de Ural, na Rússia, assumiu a liderança de uma expedição com um grupo de estudantes da universidade, que percorreria durante 16 dias os Montes Urais, uma das cordilheiras mais antigas e compridas do mundo, que vai do Ártico até o Cazaquistão.
Dez dias depois de sua saída, a tenda dos caminhantes foi encontrada vazia no local que a tribo indígena Mansi chamava de "Montanha Morta". Os alimentos levados por eles ainda estavam lá, e a tenda havia sido aberta por dentro.
No dia seguinte ao início da procura pelo grupo, os corpos de dois participantes da expedição foram encontrados próximos a um local com um incêndio. Logo mais, descobriu-se mais dois corpos, incluindo o de Dyatlov. Nos dias que se seguiram, os corpos restantes foram achados.
Todos eles continham traumas graves, incluindo hematomas, ossos quebrados e hemorragias. Um médico legista comparou os ferimentos das vítimas aos de pessoas que passaram por acidentes de carro em alta velocidade. Houve então uma suspeita de homicídio, mas logo essa hipótese foi descartada.
O promotor do caso, Lev Ivanov, declarou: “Deve-se concluir que a causa da morte dos caminhantes foi uma força avassaladora, que eles não foram capazes de superar”. Isso levou a suspeitas de um ataque alienígena ou, o que seria mais possível, que os caminhantes tivessem tropeçado em algum teste de armas instalado em segredo.
Com o passar do tempo, novas evidências surgiram e apontaram a uma explicação mais provável: uma avalanche teria feito um grande pedaço de neve compactada despencar da montanha. Os ocupantes da tenda teriam saído às pressas, e acabaram sendo atingidos pela nevasca.
Ambos os casos — do Mary Celeste e do Passo Dyatlov — inspiraram Issa López na história contada em True Detective: Night Country. “Acho que há um fascínio por quebra-cabeças que ainda faltam algumas peças, e que nos obcecam, nos irritam e nos fazem não parar de pensar neles”, declarou a showrunner.