Artes/cultura
15/04/2019 às 05:00•3 min de leitura
Há muitos anos, navios fantasmas têm despertado o medo e o fascínio de muitas pessoas, desde marinheiros experientes até passageiros comuns, todos sentindo isso com a mesma intensidade. Desaparecimentos misteriosos, naufrágios sem sobreviventes, embarcações abandonadas. Vai dizer que você não se interessa por essas histórias?
É comum encontrarmos contos de transatlânticos abandonados ou que sumiram sem deixar vestígio, principalmente na internet. Esses fatos costumam causar um grande interesse nos leitores e a curiosidade fica aguçada. Por isso, separamos seis casos de navios fantasmas para você conhecer um pouco mais sobre esse mistério.
El Caleuche é um navio fantasma que sempre está nas águas da costa do Chile. "El Caleuche sempre navega à noite e aparece de repente em meio ao nevoeiro, sempre muito bem iluminado", escreve a autora Ann Bingham.
Em seu livro "Mitologia do Sul e Mesoamericana de A a Z" (Chelsea House, 2010), ela diz que o navio "guarda as águas e pune severamente todas aquelas pessoas que trazem dificuldades para o mar ou para as criaturas que vivem nele".
Em 19 de maio de 1845, dois navios — HMS Erebus e HMS Terror — partiram para a Inglaterra com a vela definida para o Ártico canadense. Seu objetivo era navegar através das águas traiçoeiras que separavam os oceanos Atlântico e Pacífico. Lideradas por Sir John Franklin, as embarcações saíram para coletar amostras e realizar estudos científicos ao longo do caminho.
Dentro delas, partiram 134 oficiais e homens da expedição, mas nenhum deles jamais retornou. Mais tarde, foram encontradas mensagens por uma missão de resgate que indicavam que os navios ficaram presos no gelo da Ilha do Rei William, no Ártico canadense. Franklin morreu em 11 de junho de 1847 e as embarcações foram abandonadas em 22 de abril de 1848.
Os sobreviventes tentaram atravessar o gelo e alcançar o continente canadense em segurança, mas não é preciso dizer que a missão falhou.
Em 14 de dezembro de 1928, o København, um veleiro dinamarquês, deixou o Rio de la Plata, entre o Uruguai e a Argentina, rumo à Austrália. Ele era notável por ter cinco mastros. "Era uma embarcação bem fácil de ser encontrada, equipada com rádio, motor auxiliar e amplos botes salva-vidas", escreve Hamish Ross para a revista Sea Breezes.
"Ele era um navio em treinamento e levava uma tripulação de 60 homens. Muitos deles eram cadetes, alguns de famílias dinamarquesas muito importantes". A embarcação entrou em contato por meio do rádio com o navio a vapor norueguês William Blumer em 21 de dezembro, mas depois disso nunca mais foi vista.
"Após o desaparecimento do København, muitas teorias surgiram a respeito, mas o mais provável é que ele tenha atingido um iceberg na escuridão ou neblina", escreve Ross. "Houve relatos de visões de uma embarcação fantasma de cinco mastros em 1930. Em 2012, destroços que poderiam ser do København foram encontrados na Ilha de Tristão da Cunha.
Em 1878, o HMS Eurydice, um navio de treinamento da Marinha Real, sumiu enquanto navegava perto da Ilha de Wight. Uma repentina tempestade de neve afundou o navio, matando 364 tripulantes, depois de um dia calmo. O fenômeno ocorreu tão de repente que as pessoas não tiveram tempo para reagir, de acordo com reportagens da imprensa.
"O Eurydice continuou com a vela levantada e com as suas portas abertas antes de desaparecer no meio da nevasca", escreveu Victoria Bartlett em um artigo para o site da BBC. "Por fim, havia apenas dois sobreviventes", Bartlett observou. O navio ainda continuou flutuando, mas, por estar fortemente danificado, acabou afundando.
Desde então, vários relatos de uma embarcação fantasmagórica estão assombrando a área. Marinheiros e visitantes afirmam ter visto um navio fantasma na Ilha de Wight. Na década de 30, um submarino britânico encontrou o HMS Eurydice em sua forma "morta". Além disso, Prince Edward supostamente viu o navio durante as filmagens de um documentário, em 1998.
Em 04 de dezembro de 1972, um grupo a bordo de um navio chamado Dei Gratia encontrou uma embarcação chamada Mary Celeste à deriva no mar do Oceano Atlântico, não muito longe dos Açores. Ela estava completamente deserta. Das 10 pessoas que se sabe que estavam a bordo do Mary Celeste, nenhuma nunca foi encontrada.
Um salva-vidas estava faltando, mas nada no navio deu nenhuma indicação a respeito do motivo pelo qual o Mary Celeste foi abandonado. O grupo descobriu que tinha havido algumas inundações, O navio estava transportando mais de 1.700 barris de álcool, alguns dos quais já haviam derramado dentro da embarcação.
A tripulação do Dei Gratia levou o Mary Celeste para Gibraltar, onde as autoridades britânicas começaram uma investigação sobre o que aconteceu. Eles não foram capazes de chegar a uma resposta definitiva e o caso do navio ainda permanece sem solução, bem como todas as pessoas que estavam a bordo nunca foram encontradas.
O navio fantasma mais famoso de todos é o Flying Dutchman que assombra as águas perto do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul.
Existem diversas variações da história, mas a mais famosa é que o piloto do navio, o capitão Hendrick Vanderdecken, que viveu no século 17, encontrou uma tempestade no Cabo da Boa Esperança e amaldiçoou Deus e todos os elementos que Ele estava enviando. O navio atingiu uma rocha e afundou, levando toda a tripulação junto com ele.
Desde então, o capitão e toda a tripulação fantasma podem ser vistos navegando pelas águas, esperando o dia de serem perdoados. "Sua entrada foi recusada em todas as portas e estão condenados a ficarem no oceano até o período em que a sua penitência expirará", conta uma história publicada em um livro de 1803 escrito por John Leyden.
*Publicado originalmente em 03/11/2014.