Estilo de vida
06/09/2024 às 21:00•2 min de leituraAtualizado em 06/09/2024 às 21:00
Muitos de nós temos contato com fatos históricos por meio de filmes. Mas nem sempre sabemos que esses longas podem conter erros ou pelo menos imprecisões.
Por isso, é importante saber que aquela incrível obra hollywoodiana pode ter, de alguma forma, ensinado algo errado sobre algo que aconteceu na história.
Argo, que venceu o Oscar de Melhor Filme, conta uma história real: em 1979, seis diplomatas americanos escapam de um ataque em Teerã, no Irá, e vão se refugiar na casa do embaixador canadense. Eles ficam vivendo lá por meses, enquanto a CIA busca um meio de retirá-los do país em segurança.
As linhas gerais da história no filme são verdadeiras, mas a participação do Canadá, e especialmente do embaixador que atuou no resgate dos seis funcionários americanos, foram subestimados. E isso foi dito pelo próprio embaixador real, Ken Taylor, que argumentou que se sentiu menosprezado pelo filme, pois ele teria desempenhado um papel bem maior no episódio.
Ken Taylor fez o seguinte comentário sobre Argo: "em geral, parece que os canadenses estavam apenas curtindo a viagem. Os canadenses foram corajosos. Ponto final".
A Favorita, dirigido por Yorgos Lanthimos, é uma mistura de drama histórico e comédia que faz um retrato sobre a rainha Ana da Grã-Bretanha e seus supostos relacionamentos ilícitos com mulheres que estavam a seu serviço.
Historiadores dizem que há bastante exagero no filme. Por exemplo, personagem de Emma Stone, Abigail Hill, não tentou assassinar sua prima Sarah, a Duquesa de Marlborough. Era bem provável que ambas tivessem uma forte antipatia uma pela outra, mas Abigail nunca colocou veneno no chá de Sarah. A cena foi incluída certamente para fins dramáticos.
Até Titanic, o famoso filme de James Cameron, tem lá seus erros. Um deles envolve a cena em que a mãe de Rose DeWitt Bukater (papel de Kate Winslet) olha para o majestoso navio e diz: "então, este é o navio que dizem ser inafundável".
Mas os historiadores alegam que é muito improvável que a fala tenha ocorrido. Isso porque eles afirmam que não é verdade que todos achavam que o RMS Titanic jamais afundaria. De acordo com os pesquisadores, toda essa certeza foi exagerada pelos cineastas para fazer parecer ainda mais profético quando ele de fato naufragou.
O Jogo da Imitação conta a história do gênio da matemática e cientista de computação Alan Turing. Mas há muita crítica de que o filme insinuaria que Turing havia conspirado com um espião soviético para proteger a identidade do traidor, em troca deste espião não contar ao mundo que Turing era gay, uma vez que a homossexualidade era ilegal.
O que se sabe é que havia sim um espião chamado John Cairncross, que trabalhava em Bletchley Park durante a Segunda Guerra Mundial. Só que ele estava em uma área completamente diferente de Turing – o filme sugere que os dois trabalhavam juntos. Uma vez que havia uma segurança muito rigorosa em Bletchley, eles provavelmente não se encontravam com frequência.
Essa abordagem fez com que muita gente ficasse indignada com o filme, alegando que o retrato de Alan Turing como um potencial traidor era desrespeitoso com o seu legado.