Artes/cultura
25/05/2024 às 20:00•2 min de leituraAtualizado em 04/06/2024 às 17:34
O autopolo, ou polo automotivo, foi uma criação peculiar que surgiu nos Estados Unidos no início do século XX. Inicialmente pensado como uma estratégia de marketing para impulsionar as vendas de carros, o autopolo rapidamente se tornou um esporte popular em feiras, exposições e instalações esportivas tanto nos EUA quanto na Europa.
Porém, sua popularidade foi efêmera, sendo eclipsada por preocupações com segurança e custos exorbitantes de danos aos veículos e lesões aos jogadores.
O autopolo nasceu da mente visionária de Ralph "Pappy" Hankinson, um revendedor de automóveis Ford de Topeka, Kansas, em 1911. Hankinson viu no esporte uma oportunidade única de promover os carros Modelo T e atrair a atenção do público. Sua visão não era apenas vender carros; era criar um espetáculo, uma experiência emocionante que cativaria o público e deixaria uma impressão duradoura.
O primeiro jogo registrado ocorreu em Wichita, em 1912, testemunhado por uma multidão de 5 mil pessoas. O autopolo rapidamente se tornou uma sensação, com partidas regulares acontecendo em todo o país. Em Nova York e Chicago, os jogos eram eventos noturnos, atraindo multidões ávidas por adrenalina e entretenimento.
A rápida disseminação internacional do esporte, com exposições em locais tão diversos quanto Manila, destacou seu apelo global e sua capacidade de transcender fronteiras culturais e geográficas.
O autopolo, apesar de sua inicial popularidade emocionante, enfrentou desafios significativos que comprometeram sua viabilidade a longo prazo, principalmente relacionados à segurança. As frequentes colisões entre os carros, mesmo com esforços para melhorar a segurança dos jogadores, elevaram os riscos a níveis alarmantes, resultando em acidentes espetaculares e danos materiais significativos.
Além disso, os crescentes custos associados à substituição dos veículos danificados, somados às preocupações com a segurança dos jogadores e à falta de seguros adequados para cobrir os custos médicos, contribuíram para o declínio do interesse público no esporte.
Consequentemente, até o final dos anos 1920, o autopolo perdeu sua popularidade anterior, com as multidões diminuindo nas arenas esportivas. Gradualmente, a prática desapareceu do cenário esportivo, deixando para trás memórias de uma emocionante, porém perigosa, era.
Embora tenha sido uma curiosidade fascinante do início do século XX, o autopolo permanece como um lembrete das excentricidades da era automotiva emergente. Sua mistura de emoção e perigo capturou a imaginação das pessoas por um breve momento na história, mas sua passagem também serve como um lembrete dos limites entre entretenimento e segurança.
Embora tenha desaparecido dos campos de jogo, sua memória permanece como um testemunho da busca humana por emoção e aventura, mesmo que às vezes às custas da prudência.