Artes/cultura
05/05/2024 às 17:00•2 min de leituraAtualizado em 05/05/2024 às 17:00
Mesmo com muitos acreditando na sua existência há séculos, a origem da Grande Tartária é tida como incerta. As teorias que defendem a extensão dessa civilização são antigas, tendo surgido entre os russos e permanecendo na obscuridade por alguns séculos. Mas, a partir de 2015, impulsionadas pelo avanço das redes sociais, as conjecturas voltaram a ganhar espaço.
A Tartária, em teoria, compreende um grande território da porção asiática, passando pela Sibéria, ao norte da Rússia atual, e mesmo por áreas centrais, incluindo a Mongólia e o sul do Afeganistão. Ao considerar o uso do termo, como indicam alguns registros, tártaro significa bárbaro. Essa expressão teria sido usada de uma forma genérica no passado para se referir aos povos mais afastados que viviam no continente asiático. Isso considerando que, para os europeus, não existia uma noção muito consolidada das civilizações existentes na porção oriental do planeta.
Em suma, estamos falando sobre um vasto terreno que teria rivalizado com o Império Romano em extensão. Mas quanto aos registros históricos, não se pode dizer o mesmo.
Quando se fala sobre esse domínio enigmático, alimentado por uma grande teoria da conspiração, muitos vídeos e fóruns da internet mostram como é o desaparecimento da Tartária que parece ser o ponto central.
Reza a lenda que, após se consolidar como uma potência bastante desenvolvida, habitada por humanos que eram gigantes, o Império da Tartária teria sido destruído por um apocalíptico deslizamento de lama. Além disso, a própria história desse antigo povo teria sido sistematicamente apagada.
Esse encobrimento, por sua vez, teria sido feito por outros países, interessados em ofuscar o esplendor dos tártaros. E isso, portanto, explicaria a falta de registros históricos. E o desfecho trágico sequer teria sido o único obstáculo que os tártaros enfrentaram. Sob essa ótica, mesmo a famosa invasão napoleônica teria sido um esforço para destruir todos os traços históricos da Tartária, e não uma tentativa de ataque direto contra a Rússia, em 1812.
Da mesma forma, tanto a Primeira, quanto a Segunda Guerra Mundial teriam sido movimentos direcionados para destruir aquilo de mais significativo que essa civilização teria deixado: suas vistosas construções arquitetônicas. Os confrontos seriam um instrumento para minar a infraestrutura tártara, portanto.
Mas não acabou nisso. Dos empreendimentos que sobraram, muitos falsários teriam se esforçado para alegar que esses projetos foram erguidos mais recentemente, justamente para ganhar todo o crédito sobre eles. Para isso, teriam reformulado parte da construção ou mudado o aspecto da fachada de diversas obras. O fato de muitas delas apresentarem andares subterrâneos seria outra prova disso.
Assim, os defensores dessa teoria argumentam que há monumentos famosos espalhados pelo mundo que foram construídos pela civilização tártara. E eles seriam, portanto, a chave desse passado ocultado. Ao mesmo tempo, revelam um certo apego ao tradicionalismo dentre os adeptos dessa teoria da conspiração.
Dentre as construções, teríamos o Taj Mahal, na Índia, a Catedral de Notre-Dame de Paris, a Muralha da China, o Capitólio, nos Estados Unidos, e mesmo as famosas Pirâmides do Egito. Em suma, todas essas conquistas arquitetônicas, apesar da grande variação de estilo, seriam obras dos tártaros.
Então essas edificações teriam sido construídas ao mesmo tempo? Sim, são muitas as perguntas que a teoria rende. E enquanto mais elementos são incluídos para sustentar essa narrativa, mais especulação gira em torno dela.