Estilo de vida
25/09/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 26/09/2024 às 12:19
Uma peça musical até então desconhecida de Wolfgang Amadeus Mozart foi recentemente descoberta por pesquisadores da Biblioteca Municipal de Leipzig, na Alemanha. A composição, que não foi escrita diretamente pelo próprio Mozart — mas por um copista em torno de 1780 —, chamou a atenção por ser atribuída a um "Wolfgang Mozart", assinatura que Mozart usou até 1769. Isso indica que a música pode ter sido composta quando ele tinha entre 10 e 13 anos.
A obra, que dura cerca de 12 minutos e foi composta em dó maior para dois violinos e um baixo, foi catalogada como KV 648 no famoso catálogo de Mozart, conhecido como Köchel. A peça é formada por sete pequenos movimentos e representa um novo achado na extensa coleção de trabalhos do compositor austríaco.
Mozart é amplamente conhecido por suas óperas e sinfonias majestosas, como A Flauta Mágica, As Bodas de Fígaro e o inacabado Requiem. No entanto, esse novo achado nos remete a uma fase muito anterior de sua carreira, quando ele estava apenas começando a experimentar com a composição de música de câmara.
Ulrich Leisinger, chefe de pesquisa na Fundação Mozarteum Internacional e editor da mais recente versão do Köchel, explica que, até aquela época, Mozart era mais reconhecido por suas composições para teclado, árias e sinfonias. Segundo ele, Mozart provavelmente não teria escrito uma peça desse tipo após os 17 anos, o que reforça a ideia de que a obra seja de sua juventude.
“Sabemos por uma lista feita por Leopold Mozart, seu pai, que ele compôs muitas outras obras de câmara quando jovem, mas infelizmente todas foram perdidas”, explicou o pesquisador. Ele ainda acrescenta que esse trio de cordas completo sobreviveu em Leipzig devido a uma série de circunstâncias favoráveis e que possivelmente a fonte da preservação foi a irmã de Mozart, Nannerl, que pode ter guardado a obra como uma lembrança do irmão.
Após sua descoberta, a peça foi apresentada em Salzburgo, cidade natal de Mozart, na última quinta-feira (19), e fez sua estreia na Alemanha no sábado (21), na Ópera de Leipzig. A sensação de ouvir uma música inédita de um dos maiores gênios da história da música clássica emocionou os presentes e reacendeu o fascínio pela obra do compositor.
O achado é uma bela recordação do trabalho notório de Mozart, dando aos entusiastas da música clássica a chance de ouvir uma nova composição que permaneceu oculta por mais de dois séculos. Essa descoberta chega em um momento interessante, logo após novos estudos sobre a saúde de Beethoven, outro ícone da música clássica. No ano passado, descobriu-se que Beethoven sofria de graves problemas no fígado e uma infecção por hepatite antes de sua morte em 1827.
Felizmente, a notícia de Mozart é muito mais agradável, e quem sabe ainda pode desvendar mais coisas sobre esses gigantes da música no futuro. Agora, fãs e estudiosos de Mozart têm mais uma obra para apreciar e analisar, provando que, mesmo após séculos de sua morte, o legado do compositor continua surpreendendo o mundo.