Ciência
07/05/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 07/05/2024 às 09:00
Os sobrenomes existentes em diferentes culturas são tão múltiplos que seria impossível contá-los. Mas acredita-se que o imperador chinês Fu Xi teria sido responsável pela introdução de uma série de sobrenomes no Oriente em 2852 a.C.
No Ocidente, contudo, eles surgiram por volta do ano 1000 d.C., por conta da necessidade de diferenciar uma população cada vez mais crescente. Uma pesquisa feita pela NetCredit trouxe luz aos sobrenomes mais comuns em alguns países, bem como sobre suas origens.
Na África, a maior parte dos sobrenomes está ligada às localizações de nascimento, ocupação, linhagem ou características pessoais. Há sobrenomes africanos que expressam "elogios": Ilunga, de origem banto, pode ser traduzido como "uma pessoa que está pronta para perdoar qualquer abuso pela primeira vez, para tolerá-lo uma segunda vez, mas nunca uma terceira vez". É o sobrenome mais comum no Congo.
Por conta da colonização feita por Portugal, muitos africanos de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe carregam sobrenomes portugueses, como Lopes. Há também a influência muçulmana em países como Chade, Comores, Djibouti, Egito e Sudão, em que os sobrenomes mais comuns são as variações de Muhammad, o fundador do Islã, que também pode ser traduzido como "louvável".
Na Ásia, os sobrenomes refletem o passado dinástico do continente. A cada vez que uma dinastia assumia o poder, era comum que os súditos passassem a adotar um sobrenome ligado a ela.
Tan é o sobrenome mais comum na Malásia e Cingapura, e deriva de Chen, que foi um estado importante durante a longa dinastia Zhou da China. No Vietnã, é comum Nguyen, o sobrenome que remete à sua última dinastia. Já Kim é popular na Coreia do Norte e na Coreia do Sul, e dá origem a mais de 600 clãs diferentes.
Os europeus tendem a carregar sobrenomes ligados a profissões. O mais conhecido é Schmidt, que vem do alemão antigo "smit", que significa ferreiro. A variação Smith é o sobrenome mais comum nos Estados Unidos e Canadá.
Müller, que é o mais frequente na Alemanha e na Suíça, significa moleiro. Gruber, o sobrenome mais popular da Áustria, indica algo como poço ou fosso, e se refere a uma pessoa que mora em um lugar profundo ou baixo.
A maior parte da América do Sul é formada por antigas colônias da Espanha. Por conta disso, os sobrenomes mais comuns têm origem nesse país. É o caso de Gonzalez, popular na Argentina, Chile, Paraguai e Venezuela. O termo é uma derivação do espanhol Gonzalo, que vem de uma palavra germânica que indica "batalha".
Rodriguez e Hernandez também têm origens europeias. Hernandez vem do espanhol significa "filho de Fernando", enquanto Rodriguez tem herança lusitana, e foi adaptado ao longo dos anos por imigrantes das capitanias hereditárias.
Como todo mundo sabe, no Brasil, o sobrenome mais comum é Silva. Ele surgiu em Portugal, e significa "floresta" ou "selva". Há indícios que os primeiros Silvas tenham aparecido no século XI, e eram relacionados à Torre e Honra de Silva, símbolo de uma das famílias nobres do Reino de Leão, na Península Ibérica.