Ciência
04/07/2018 às 02:01•2 min de leitura
Nos anos 90, um evento astronômico sem precedentes animou a comunidade científica: a gravidade de Júpiter havia quebrado o cometa P/Shoemaker-Levy 9 em diversos pedaços. Foi a primeira vez em que os pesquisadores da Terra puderam apreciar a colisão de corpos que vieram de fora do Sistema Solar.
Mas há um dado interessante nessa história e que nem sempre é divulgado: o cometa foi capturado pelo campo gravitacional de Júpiter cerca de 20 a 30 anos antes da colisão. Com essa informação em mente, é possível ter uma ideia de quão massivo e importante para a estabilidade do Sistema Solar esse gigante gasoso pode ser.
Gravidade de Júpiter dividiu o cometa Shoemaker-Levy 9 em muitos pedaços (acima) Fonte da imagem: Reprodução/NASA
Graças à sua massa, Júpiter acaba funcionando como uma espécie de “faxineiro” do Sistema Solar, sugando para ele diversos asteroides e corpos celestes que poderiam se chocar contra a Terra ou outros planetas, reduzindo em muito o número de impactos. É provável que isso tenha acontecido em setembro de 2012, quando um astrônomo amador flagrou Júpiter recebendo um impacto que poderia ter sido direcionado para a Terra.
Apesar de ser bem comum essa ideia de que Júpiter ajuda a proteger a nossa integridade, ela nunca foi estudada ou contestada de verdade. Segundo um artigo publicado pela Astrobiology Magazine, houve apenas um estudo acadêmico, no passado, sobre o assunto.
Em 2013, uma nova pesquisa veio contestar essa ideia de que Júpiter é o nosso protetor. A razão? Simulações computacionais indicam que a presença de Júpiter não diminui, tanto assim, as chances de que corpos celestes atinjam a Terra.
Fonte da imagem: Reprodução/NASA
Grosso modo, a pesquisa revelou que, caso um planeta de massa menor do que a Júpiter ocupasse o seu lugar, a Terra receberia muito mais impactos. Mas se o gigante gasoso não existisse em nosso Sistema Solar, a taxa de impactos fosse praticamente a mesma que temos hoje.
Porém, há quem diga que esse estudo, realizado por Jonathan Horner, no Reino Unido, possui falhas, já que leva em consideração apenas os objetos que vêm do cinturão de Kuilper, ignorando, por exemplo, os cometas provenientes da Nuvem de Oort.
A influência de Júpiter no Sistema Solar não para por aí. Segundo o Universe Today, há indícios de que o planeta possa causar a morte de Mercúrio. A teoria é apoiada por Jacques Laskar, do Observatório de Paris, e outros astrônomos ao redor do mundo, e levanta pelo menos quatro hipóteses para o fim do primeiro planeta do nosso Sistema Solar.
Nem Mercúrio escapa da influência de júpiter Fonte da imagem: Reprodução/NASA
De acordo com a matéria, a influência da gravidade de Júpiter sobre a órbita de Mercúrio pode fazer com que:
Felizmente, apesar de possível, essa não é uma situação com a qual precisamos nos preocupar, já que ela não ameaça nossa existência. Se alguma das possibilidades acima realmente ocorrer, será daqui a 5 ou 7 bilhões de anos. Até lá, não sabemos nem mesmo se a espécie humana continuará a existir.
*Publicado originalmente em 05/03/2013.
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