Imagem de Como os judeus combateram o mortal tifo no Gueto de Varsóvia no megacurioso

Foi seguindo os protocolos de saúde que eles conseguiram combater a sentença de morte que era doença

Enquanto os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118915-gisella-perl-fez-abortos-para-salvar-as-mulheres-em-auschwitz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campos de concentra&ccedil;&atilde;o</a> foram campanhas diretas para exterminar todos os tipos de pessoas que n&atilde;o se enquadravam no padr&atilde;o imposto por <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119235-operacao-greif-a-ultima-tentativa-de-hitler-vencer-a-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a>&nbsp;na Alemanha da <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118129-criancas-lobo-os-orfaos-quase-esquecidos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, o Gueto de Vars&oacute;via, na Pol&ocirc;nia, foi um grande cativeiro a c&eacute;u aberto onde os judeus foram mantidos pelo ex&eacute;rcito para que fossem submetidos &agrave; fome, ao trabalho for&ccedil;ado e a doen&ccedil;as mortais, al&eacute;m de execu&ccedil;&otilde;es.
Com cerca de 400 mil judeus selados dentro de 2,4% do territ&oacute;rio da cidade, sem acesso &agrave; sa&uacute;de ou &agrave; higiene adequada, o tifo voltou a se espalhar depois de apresentar surtos durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119035-pesadelo-a-vida-nas-trincheiras-durante-a-1-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>, com uma taxa de mortalidade de at&eacute; 40% nos casos.
Prosperando em condi&ccedil;&otilde;es pouco higi&ecirc;nicas e transmitida por piolhos, a doen&ccedil;a altamente contagiosa se proliferou entre os judeus como uma senten&ccedil;a de morte, mas, contrariando as expectativas, eles venceram.
<h2>A luta contra a morte</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Guardian&nbsp;" data-fonte-url="https://i.guim.co.uk/img/media/a000ee45dad81cc3169b34835cb7bfc30f7ebe02/0_443_4205_2522/master/4205.jpg?width=1200&amp;height=1200&amp;quality=85&amp;auto=format&amp;fit=crop&amp;s=ad70ef9f2834ed63b39d6c3feca946e8"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/03/03144549014003.jpg" alt="(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mais de 100 mil judeus foram infectados pelo tifo, dos quais 25 mil morreram por causa da doen&ccedil;a. Lutando contra a propaganda nazista que os retratava em p&ocirc;steres como vetores de uma doen&ccedil;a mortal (o que abria margem para justificar o genoc&iacute;dio), os judeus reuniram esfor&ccedil;os para combater o tifo por meio de m&eacute;todos de conten&ccedil;&atilde;o e seguindo protocolos de sa&uacute;de.
Com a ajuda do epidemiologista Ludwik Hirszfeld, os funcion&aacute;rios judeus da sa&uacute;de p&uacute;blica dividiram a popula&ccedil;&atilde;o do gueto em suscet&iacute;veis, expostos, infectados e recuperados; e os separaram em zonas de quarentena. Sem nenhum antibi&oacute;tico existente para o tifo na &eacute;poca, o tratamento era limpeza e pente para remover os piolhos.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Brainstudy&nbsp;" data-fonte-url="https://thumbs-prod.si-cdn.com/ikThEH7C9E_jhn8SI-Is9ooiiaE=/1072x720/filters:no_upscale():focal(748x360:749x361)/https://public-media.si-cdn.com/filer/9e/1e/9e1e54d3-b9c7-4738-aff1-0a1e02d818e7/gettyimages-56462756_forweb.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/03/03144727874004.jpg" alt="(Fonte: Brainstudy/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Brainstudy/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por meio de centenas de palestras p&uacute;blicas, alguns m&eacute;dicos judeus montaram cursos sanit&aacute;rios e de higiene para instruir a popula&ccedil;&atilde;o, al&eacute;m de criarem universidades m&eacute;dicas clandestinas para treinar jovens estudantes de Medicina a lidar com os efeitos das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118178-quais-sao-as-diferencas-entre-pandemia-epidemia-e-surto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epidemias</a>. As pessoas foram incentivadas a vasculhar o corpo em busca de piolhos e a lavar, trocar e passar roupas o m&aacute;ximo o poss&iacute;vel.
Em 1941, quando a epidemia deveria aumentar devido &agrave; aproxima&ccedil;&atilde;o do inverno, os casos ca&iacute;ram cerca de 40% no Gueto. Muitos m&eacute;dicos poloneses descobriram como forjar testes positivos para apresentar &agrave; Gestapo, salvando-os do trabalho for&ccedil;ado e tamb&eacute;m mantendo a ideia de que os judeus ainda sucumbiam ao tifo.
Foi assim que eles conseguiram sobreviver &agrave; doen&ccedil;a em tempos de exterm&iacute;nio, mostrando a efic&aacute;cia das campanhas de sa&uacute;de p&uacute;blica e ouvindo o que os m&eacute;dicos tinham a dizer.

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Como os judeus combateram o tifo mortal no Gueto de Varsóvia

Imagem de Gemini VIII: quando Neil Armstrong impediu um desastre no megacurioso

Armstrong e David Scott enfrentaram a morte no espaço

<head></head><body>Em 16 de março de 1966, aconteceu a primeira ancoragem espacial do mundo com a sexta missão tripulada da cápsula Gemini VIII. Comandada pelo notório <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115361-videos-da-missao-apollo-11-na-lua-sao-restaurados-por-ia-veja.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Neil Armstrong</a>, a missão tinha o objetivo de realizar atividades extraveiculares maiores do que as feitas na Gemini IV e uma acoplagem com um foguete Agena em órbita.No entanto, durante o momento de acoplamento algo deu errado: a Gemini VIII e o veículo-alvo começaram a girar mortalmente.Neil Armstrong e David Scott estavam frente a frente com a morte, no que poderia ser a ruína da curta história do programa de voos espaciais humanos nos Estados Unidos.<h2>Alerta de risco</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/07/07190237694437.jpg" alt="(Fonte: Britannica/Reprodução)">(Fonte: Britannica/Reprodução)Armstrong tentou usar os propulsores da Gemini VIII para parar de girar, mas isso só piorou. Eles estavam sem contato com os controladores de Houston e longe de qualquer estação de rastreamento. Tudo que conseguiram fazer foi lutar para reestabelecer o controle e tentar parar de rodar, mas nem nisso tiveram sucesso.Em poucos minutos, os dois homens já não conseguiam mais visualizar as taxas no painel de instrumentos devido à velocidade com que rodopiavam. Eles podiam acabar desmaiando e morrendo logo em seguida com a intensidade dos giros, ou com a explosão do foguete Agena.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/07/07190340787438.jpeg" alt="(Fonte: Sutori/Reprodução)">(Fonte: Sutori/Reprodução)Acreditando se tratar de uma falha de controle de altitude no Agena, Armstrong decidiu desacoplar, porém a Gemini VIII passou a girar mais violentamente. Então ele chegou à conclusão de que o problema era um propulsor preso no Sistema de Altitude e Manobra Orbital (OAMS) da cápsula.Incapaz de parar os propulsores individuais, Armstrong desligou o OAMS e ativou o Sistema de Controle de Reentrada (RCS), que eram dois anéis propulsores ao redor do nariz da Gemini VIII. Só assim a cápsula parou de rodopiar.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/07/07190537426439.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)Uma vez que os retrofoguetes foram disparados e o adaptador separado, a missão precisava imediatamente retornar à Terra. A Gemini VIII fez um pouso de emergência no Oceano Pacífico após 10 horas e 41 minutos de expedição espacial. Os homens foram resgatados por um contratorpedeiro da Marinha dos Estados Unidos.Apesar do perigo, Armstrong e Scott entraram para a História ao fazerem o que ninguém ainda havia feito – além de sobreviverem a uma situação mortal.“O cara era brilhante. Ele conhecia o sistema tão bem. Ele encontrou a solução e a ativou em circunstâncias extremas. Foi meu dia de sorte por estar voando com ele”, disse Scott no filme biográfico First Man, narrando a trajetória de Neil Armstrong.</body>

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Gemini VIII: quando Neil Armstrong impediu um desastre

Imagem de Em 1899, foi criado um Centro de Desinfecção de pessoas em Londres no megacurioso

A instalação, que visava minimizar surtos de doenças em Hackney, tornou-se um modelo para o governo

Bem no in&iacute;cio do s&eacute;culo XIX, em Londres, contrair alguma doen&ccedil;a poderia ser uma experi&ecirc;ncia extremamente invasiva e mortal, porque as pessoas, com frequ&ecirc;ncia, n&atilde;o conseguiam ser submetidas a tratamentos eficazes. Desse modo, para evitar a prolifera&ccedil;&atilde;o de doen&ccedil;as, o munic&iacute;pio tinha o direito legal de entrar na casa de uma pessoa infectada e desinfet&aacute;-la de cima a baixo, desde a mob&iacute;lia at&eacute; as roupas.&nbsp;
Nesse sentido, a Esta&ccedil;&atilde;o de Desinfec&ccedil;&atilde;o de Hackney foi criada em 1899 como uma forma de manter a popula&ccedil;&atilde;o saud&aacute;vel e protegida das doen&ccedil;as que assolavam o bairro, como var&iacute;ola, difteria, escarlatina, sarampo e tosse convulsa.
S&oacute; em 1899, cerca de 116 moradores de Hackney morreram de sarampo, 47 crian&ccedil;as sucumbiram &agrave; coqueluche e mais 252 perderam suas vidas para a difteria. O &iacute;ndice de mortalidade infantil da &eacute;poca era de 165 para cada mil nascidos vivos.
<h2>A m&aacute;quina de limpeza</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;My Droll&nbsp;" data-fonte-url="https://thumbs-prod.si-cdn.com/3c8vFi2MPaSrIOORv3KZzoAG7Kg=/fit-in/1600x0/https://public-media.si-cdn.com/filer/21/22/2122c946-450e-4e81-bf2b-808af1baf854/h-pd-5-1-2_b.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/06/06204730270425.jpg" alt="(Fonte: My Droll/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: My Droll/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1892, quando um comit&ecirc; sanit&aacute;rio municipal alegou que a esta&ccedil;&atilde;o de desinfec&ccedil;&atilde;o de Hackney era "ineficiente para as exig&ecirc;ncias do distrito" devido ao seu tamanho inicial modesto, John King Warry, m&eacute;dico oficial de sa&uacute;de de Hackney, apressou-se e fez uma campanha para a cria&ccedil;&atilde;o de uma esta&ccedil;&atilde;o de &uacute;ltima gera&ccedil;&atilde;o &mdash; que incluiria at&eacute; acomoda&ccedil;&otilde;es para as pessoas durante as inspe&ccedil;&otilde;es.
Amparado por uma nova legisla&ccedil;&atilde;o nacional que permitia &agrave; sua equipe gastar o que quisesse para limpar pessoas e resid&ecirc;ncias "infestadas de vermes", Warry construiu um complexo de tr&ecirc;s edif&iacute;cios que custou cerca de 1,25 milh&otilde;es de euros, com direito a caldeiras, lavanderias, galp&otilde;es, bem como salas de passar e secar.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Breakin News&nbsp;" data-fonte-url="https://thumbs-prod.si-cdn.com/kfmIkZTJGnK6JcBY6uem3JFosb0=/fit-in/1072x0/https://public-media.si-cdn.com/filer/20/0b/200b3c32-b484-426e-8e0a-c0e3f51a4924/p9446.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/06/06204836131426.jpg" alt="(Fonte: Breakin News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Breakin News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
As pessoas infectadas e seus pertences entravam por um lado da esta&ccedil;&atilde;o, passavam pelo processo de desinfec&ccedil;&atilde;o a vapor e sa&iacute;am pelo outro lado. Muitas recebiam intensos banhos de enxofre para tratar sarna e outras doen&ccedil;as.
&ldquo;Muitas autoridades de sa&uacute;de, al&eacute;m de terem hospitais de isolamento, expressaram o desejo de construir essas esta&ccedil;&otilde;es de desinfec&ccedil;&atilde;o para erradicar germes, bact&eacute;rias e outros tipos de agente contagioso&rdquo;, disse Graham Mooney, historiador de Medicina na Universidade Johns Hopkins.
<h2>O &uacute;ltimo uso</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Smithsonian&nbsp;" data-fonte-url="https://thumbs-prod.si-cdn.com/hG-8FcU2SEUM596vcqs-wIAFqCU=/fit-in/1072x0/https://public-media.si-cdn.com/filer/2e/d8/2ed84312-63d9-4cc8-8a45-9081182ca1ab/p9448_1.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/06/06204934085427.jpg" alt="(Fonte: The Smithsonian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Smithsonian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1902, ap&oacute;s um ano inteiro de opera&ccedil;&atilde;o, a esta&ccedil;&atilde;o de Hackney havia fumigado 2.838 quartos, dos quais 1.009 tiveram as paredes lavadas com uma solu&ccedil;&atilde;o carb&oacute;lica. No mesmo ano, segundo o relat&oacute;rio anual do Departamento de Sa&uacute;de de Hackney, mais de 24.226 m&oacute;veis, roupas de cama e vestes foram desinfetados na esta&ccedil;&atilde;o.
A partir da d&eacute;cada de 1930, com o surgimento de vacinas e antibi&oacute;ticos que combatiam de maneira eficaz as doen&ccedil;as infecciosas, o complexo passou a abrigar moradores sem-teto para a limpeza das favelas.
Trinta anos mais tarde, a esta&ccedil;&atilde;o foi destinada &agrave; desinfec&ccedil;&atilde;o de livros, para prevenir surtos de doen&ccedil;as entre as fam&iacute;lias, e tamb&eacute;m de roupas usadas antes de serem exportadas para outros pa&iacute;ses.
O centro de desinfec&ccedil;&atilde;o de Hackney foi desativado definitivamente em meados de 1984.

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Em 1899, foi criado um Centro de Desinfecção de pessoas em Londres

Imagem de Paul Gruninger ajudou milhares de judeus a escaparem do Holocausto no megacurioso

O homem chegou a falsificar mais de 3 mil documentos

<head></head><body>Ninguém poderia imaginar que o jovem Paul Gruninger, nascido em St. Gallen, na Suíça, em 27 de fevereiro de 1891 – e que passou a maior parte de sua juventude jogando futebol pelo time local –, se tornaria um dos maiores símbolos do combate aos primórdios do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/113046-acao-t4-o-holocausto-dos-esquecidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Holocausto.</a>Ele se alistou no Exército da Suíça logo durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>, servindo como tenente e depois se juntando à força policial de St. Gallen no final do conflito. Promovido a capitão em 1925, Gruninger se tornou presidente da Associação de Policiais Suíços, chegando a fornecer segurança até para o imperador <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119098-em-1930-japao-tentou-viciar-nacoes-com-o-uso-de-drogas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hirohito</a>.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;House of Switzerland&nbsp;" data-fonte-url="https://houseofswitzerland.org/sites/default/files/styles/portrait/public/story/portrait/Grueninger1.jpg?h=4a7d1ed4&amp;itok=GoZkJjnL"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/05/05200806522211.jpg" alt="(Fonte: House of Switzerland/Reprodução)">(Fonte: House of Switzerland/Reprodução)O ano de 1938 foi marcado pela forte tensão da Suíça quando a Alemanha de<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117281-germania-o-plano-de-hitler-de-destruir-a-arquitetura-de-berlim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Adolf Hitler</a> entrou na Áustria após uma malfadada votação de anexação. Então aconteceu o desespero dos refugiados judeus no país, que forçaram as fronteiras suíças para tentar escapar do genocídio que sabiam que estaria por vir.Mas a Suíça não os queria, por isso ordenou que os alemães marcassem todos os passaportes judeus com um "J", de modo a impedir sua emigração para o país. A rota de fuga judaica foi pelo sul do Lago de Constança, através da fronteira suíço-austríaca, em direção ao município de St. Margarethen, onde Gruninger era o líder da polícia de fronteira.Estima-se que 96 mil dos 192 mil judeus da Áustria fugiram.<h2>O benfeitor</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/05/05200918240213.jpg" alt="(Fonte: House of Switzerland/Reprodução)">(Fonte: House of Switzerland/Reprodução)Gruninger, responsável por repelir todos os refugiados, não aceitou aquela situação, sendo assim, em agosto de 1938, ele passou a permitir que os judeus cruzassem a fronteira para escapar do terror nazista.Desafiando seus superiores, ele falsificou 3,600 documentos para parecer que os refugiados chegaram antes das restrições de fronteira. Gruninger chegou a ir além, comprando, sapatos, roupas de inverno para as pessoas que abandonaram tudo na Áustria e estava só com a roupa do corpo, e oferecendo tratamentos médicos e dentários.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/05/05201251737214.jpg" alt="(Fonte: Yad Vashem/Reprodução)">(Fonte: Yad Vashem/Reprodução)O homem entregou relatórios falsos, atrapalhou esforços das autoridades para rastrear os refugiados que haviam entrado ilegalmente na Suíça, e até montou um campo de refugiados perto de Diepoldsau com a Associação Suíça de Refugiados Judeus. Ele também ordenou que os oficiais sob seu comando cooperassem com seu trabalho.<h2>Um homem esquecido</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/05/05201334487215.jpg" alt="(Fonte: Yad Vashem/Reprodução)">(Fonte: Yad Vashem/Reprodução)Em 3 de abril de 1939, Gruninger foi impedido de ocupar seu posto na fronteira pelo cadete Anton Schneider, após suas atividades terem sido descobertas por Heinrich Rothmund – responsável por pedir para que o "J" fosse adicionado aos passaportes dos judeus.Demitido do cargo, Gruninger enfrentou um julgamento que durou 2 anos, onde foi acusado de permitir que os judeus entrassem ilegalmente na Suíça. O tribunal o considerou culpado, e ele foi condenando a pagar multas altíssimas e perdeu seus benefícios de aposentadoria.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/05/05201426830216.jpg" alt="(Fonte: Alchetron/Reprodução)">(Fonte: Alchetron/Reprodução)Com uma ficha criminal suja por crimes considerados "graves", o homem teve que trabalhar como operário, comerciante de tecidos, vendedor de tapetes, instrutor de direção e até gerente de uma loja de capas de chuva, até que se encontrasse na profissão de professor.Apesar das dificuldades que teve que enfrentar, em momento algum ele se arrependeu do que fez. “Tenho orgulho de ter salvado a vida de centenas de pessoas oprimidas. Meu bem-estar não era nada comparado com o destino cruel de milhares de judeus”, disse ele em 1954, logo após seu veredicto.Paul Gruninger faleceu em 22 de fevereiro de 1972 como um "tolo" qualquer que destruiu sua vida e carreira "por nada". Seu trabalho só foi reconhecido anos mais tarde.</body>

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Paul Gruninger ajudou milhares de judeus a escaparem do Holocausto

Imagem de Anaxágoras foi banido por declarar que a Lua não era um deus no megacurioso

O filósofo do século V a.C. foi o primeiro homem a dizer que a Lua era uma rocha

<head></head><body>No século V a.C., o filósofo grego Anaxágoras foi o primeiro homem a ir contra o pensamento da época ao declarar que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/40260-os-11-segredos-mais-estranhos-da-lua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lua</a> era uma rocha parecida com a Terra, não um deus.Com um talento especial para astronomia, o filósofo chegou a descrever até montanhas na superfície lunar. Ele sugeriu que o Sol era uma rocha em chamas que dava brilho à Lua. Embora ele não tenha sido o primeiro a perceber isso, foi o pensador quem usou desse conceito para explicar as fases lunares e eclipses.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/05/05195434514202.png" alt="(Fonte: Ludor Star Gallery/Reprodução)">(Fonte: Ludor Star Gallery/Reprodução)“Anaxágoras transformou o problema da luz lunar em um problema de geometria”, disse Daniel Graham, professor de filosofia da Universidade Brigham Young. O homem teria observado que, enquanto a Lua está no lado oposto da Terra do que o Sol, a face inteira é iluminada, produzindo um modelo dos céus que prevê não apenas as fases da Lua como também os eclipses.As fases da Lua, segundo ele, eram consequências de diferentes porções do objeto celestial sendo iluminadas pelo Sol a partir da perspectiva da Terra. O escurecimento ocasional da Lua seria o resultado do alinhamento com o Sol e a Terra, de forma que a Lua fizesse sombra na Terra, gerando um eclipse lunar.<h2>Banido</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/05/05195822419203.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)Anaxágoras antecipou o conceito da "hipótese da fissão" proposta por George Darwin, e também a ideia de que a Lua começou como um pedaço da Terra primitiva que teria sido lançado no espaço pela rápida rotação do planeta, deixando em seu lugar a bacia do Pacífico.Essa visão considerada "moderna demais" lançou-o como o principal contrariador da ideia de que a Lua e o Sol eram divindades. A Atenas "democrática" não se mostrou nada receptiva ao pensamento de Anaxágoras, e as facções políticas conspiraram contra ele.“Na democracia ateniense, com seus julgamentos 'democráticos' perante grandes júris de acusações criminais apresentados por cidadãos, todos os julgamentos eram políticos”, ressaltou Graham.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/05/05195936216205.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)O filósofo foi preso, julgado e condenado à morte por quebrar as leis contra a impiedade enquanto promovia suas ideias.Amigo e professor do influente estadista Péricles, Anaxágoras conseguiu ser libertado com a pouca influência política que Péricles ainda possuía na época. Apesar de ter sido poupado da morte, ele foi exilado em Lâmpsaco, provavelmente morrendo por volta de 428 a.C., aos 71 anos.No entanto, as ideias consideradas revolucionárias do homem foram concretizadas milhares de anos depois, e ele foi homenageado com uma cratera lunar em seu nome.</body>

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Anaxágoras foi banido por declarar que a Lua não era um deus

Imagem de 5 mitos sobre a gripe espanhola no megacurioso

Você sabia que a mortal doença nem sequer nasceu na Espanha?

O que mata mais durante uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118178-quais-sao-as-diferencas-entre-pandemia-epidemia-e-surto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandemia</a> al&eacute;m do v&iacute;rus em si? A desinforma&ccedil;&atilde;o.
A pandemia causada pelo novo <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/117263-enfermeira-administra-sozinha-clinica-contra-o-coronavirus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coronav&iacute;rus</a> mostrou para o s&eacute;culo XXI tudo o que uma pessoa deve ou n&atilde;o fazer para conseguir sobreviver a uma doen&ccedil;a mortal que n&atilde;o mostra miseric&oacute;rdia a ningu&eacute;m.
Em um dos momentos de maior polariza&ccedil;&atilde;o no espectro pol&iacute;tico mundial, a covid-19 ser&aacute; lembrada como a pandemia de gripe de 1918, mais conhecida como gripe espanhola pelo mundo, por causa da quantidade de informa&ccedil;&otilde;es cruzadas que existiram e que ajudou a fomentar o medo nos cidad&atilde;os, assim atrapalhando m&eacute;dicos e cientistas na corrida por uma vacina.
<h2>1. A gripe nasceu na Espanha?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/03/03150025999009.jpg" alt="(Fonte: NBC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NBC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar do nome, a gripe espanhola n&atilde;o nasceu na Espanha, e s&oacute; ganhou esse nome devido &agrave; neutralidade do pa&iacute;s durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>. Existem pesquisas comprovando que a doen&ccedil;a j&aacute; vinha ganhando for&ccedil;a no Reino Unido, Estados Unidos, Fran&ccedil;a, Alemanha e &Aacute;ustria, que eram os principais pa&iacute;ses envolvidos no conflito, e onde qualquer informa&ccedil;&atilde;o que pudesse torn&aacute;-los vulner&aacute;veis significava problema, ent&atilde;o a extens&atilde;o da gripe foi suprimida neles.
A Espanha, no entanto, n&atilde;o se preocupou em expor a doen&ccedil;a assim que ela chegou, criando no mundo a falsa impress&atilde;o de que era respons&aacute;vel por dissemin&aacute;-la. Atualmente, acredita-se que a gripe espanhola tenha surgido no leste asi&aacute;tico, na Europa ou no Kansas.
<h2>2. A gripe era fruto de um "superv&iacute;rus"</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Guardian&nbsp;" data-fonte-url="https://i.guim.co.uk/img/media/80cc28f99e794d7a49769f2ea8a95c72b0a3c5e6/1_324_2986_1792/master/2986.jpg?width=465&amp;quality=45&amp;auto=format&amp;fit=max&amp;dpr=2&amp;s=4cb0954cfc6010324198c58e76a7befb"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/03/03150113233010.jpg" alt="(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Respons&aacute;vel pela morte de 100 milh&otilde;es de pessoas, representando 5% da popula&ccedil;&atilde;o mundial, e meio bilh&atilde;o de infectados, a pandemia de 1918 alimentou a ideia de que a cepa da gripe era fruto de uma esp&eacute;cie de "superv&iacute;rus".
Contudo, o pr&oacute;prio v&iacute;rus n&atilde;o era muito diferente daqueles que causaram epidemias em anos anteriores, apesar de indicar um grau de letalidade bem maior. O que potencializou a alta taxa de mortes (sendo 25 milh&otilde;es de pessoas mortas apenas nos 6 primeiros meses de pandemia) foi a aglomera&ccedil;&atilde;o de soldados infectados e sem saneamento b&aacute;sico nos acampamentos militares durante a guerra.
<h2>3. A primeira "onda" foi a mais letal</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/03/03150409856011.jpg" alt="(Fonte: DocPlayer/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: DocPlayer/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Muito diferente do que vivemos com o novo coronav&iacute;rus em 2020, a primeira "onda" da gripe espanhola n&atilde;o foi letal em compara&ccedil;&atilde;o &agrave; segunda, que aconteceu de outubro a dezembro de 1918. A terceira "onda", na primavera do ano seguinte, foi mais letal do que a primeira, por&eacute;m mais branda do que a segunda.
Os cientistas apontaram que o aumento das mortes na segunda "onda" foi consequ&ecirc;ncia direta do mau gerenciamento da pandemia durante a primeira. Isso porque as pessoas com sintomas mais leves costumavam ficar em casa, enquanto as acometidas pelos casos graves enchiam hospitais e acampamentos para acabar com qualquer chance de recupera&ccedil;&atilde;o dos demais, aumentando a transmissibilidade do v&iacute;rus.
<h2>4. A popula&ccedil;&atilde;o era bem informada sobre a doen&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/03/03150643573012.jpg" alt="(Fonte: CrossCut/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: CrossCut/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Enquanto grades inteiras de emissoras foram mudadas e plant&otilde;es 24 horas foram criados em 2020 para informar sobre o coronav&iacute;rus, em 1918 as autoridades subestimaram a gravidade da gripe espanhola e privou a ampla cobertura da m&iacute;dia.
Al&eacute;m disso, os pol&iacute;ticos e o Ex&eacute;rcito temiam que a divulga&ccedil;&atilde;o em massa pudesse encorajar ataques inimigos durante a guerra, al&eacute;m de alimentar uma histeria coletiva considerada "desnecess&aacute;ria". Por isso que festivais e passeatas, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117540-governo-da-filadelfia-organizou-desfile-durante-a-gripe-espanhola.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como a da Filad&eacute;lfia</a>, aconteceram sem medo nenhum.
<h2>5. A cria&ccedil;&atilde;o da vacina acabou com a doen&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/03/03150840290013.jpg" alt="(Fonte: NewsReap/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NewsReap/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
N&atilde;o foi a imuniza&ccedil;&atilde;o em massa praticada hoje que terminou com a pandemia naquela &eacute;poca, pois a vacina&ccedil;&atilde;o n&atilde;o era uma pr&aacute;tica feita do jeito que conhecemos hoje. Contudo, foi a exposi&ccedil;&atilde;o &agrave;s cepas anteriores da gripe que ofereceram prote&ccedil;&atilde;o conforme a doen&ccedil;a foi seguindo seu curso mortal.
A muta&ccedil;&atilde;o r&aacute;pida do v&iacute;rus tamb&eacute;m contribuiu para que cepas menos letais surgissem, assim como &eacute; previsto por modelos de sele&ccedil;&atilde;o natural.
Atualmente, n&oacute;s temos tudo o que o mundo n&atilde;o tinha em 1918: medicina avan&ccedil;ada, tecnologia, pesquisas, drogas e rem&eacute;dios que n&atilde;o existiam no s&eacute;culo passado &ndash; al&eacute;m de toda uma hist&oacute;ria no retrovisor da humanidade sobre o que devemos ou n&atilde;o fazer. Ainda assim, n&atilde;o estamos imunes a nenhum tipo de caos, como 2020 demonstrou muito bem.

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5 mitos sobre a gripe espanhola

Imagem de 'Pânico Vampiro': o fenômeno do século XVIII no megacurioso

Quando a Medicina falhou em explicar a pós-morte, as pessoas tiveram que fazer algo

Em julho de 1725, no vilarejo de Kisiljevo, na S&eacute;rvia, o Provisor Frombald, um oficial de sa&uacute;de e seguran&ccedil;a, foi convocado pelos moradores para identificar se Petar Blagojevic, morto h&aacute; mais de 2 meses, estava fora de seu t&uacute;mulo causando as v&aacute;rias doen&ccedil;as que assolavam o vilarejo.
A vi&uacute;va de Blagojevic afirmou que seu marido esteve &agrave; porta de sua casa ap&oacute;s o funeral, exigindo seus sapatos antes de tentar estrangul&aacute;-la. Depois disso, cerca de 9 alde&otilde;es teriam sido atacados pelo homem e morreram misteriosamente 24 horas depois.
<h2>Os "vampiros"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/06/06205208507429.jpg" alt="(Fonte: Yankee Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Yankee Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Frombald detalhou em seu relat&oacute;rio oficial que os idosos da aldeia diziam que Blagojevic era um "vampiro", que naquele tempo significava "algu&eacute;m que voltou da morte".&nbsp;
Quando exumou o corpo do homem, Frombald anotou que a apar&ecirc;ncia e o cheiro do cad&aacute;ver era de algo &ldquo;fresco&rdquo;. Ele percebeu sangue fresco ao redor da boca do homem &ndash; supostamente por sugar suas v&iacute;timas.
Por causa desses fatos, Frombald n&atilde;o conseguiu evitar que os alde&otilde;es cravassem uma estaca de madeira no peito de Blagojevic, fazendo jorrar sangue completamente fresco dos ouvidos e da boca do cad&aacute;ver.&nbsp;
Em seu relat&oacute;rio &agrave;s autoridades, Frombald aceitou que tudo indicava que o homem "era de fato um vampiro"; no entanto, ele ressaltou que a culpa disso era dos moradores, que estavam fora de si de tanto medo. Seu relat&oacute;rio logo emplacou em mat&eacute;rias de jornais, levando ao primeiro uso impresso do termo "vampiro", que logo seria disseminado por toda a Europa.
<h2>Um problema antigo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/06/06205555913432.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No final das contas, o p&acirc;nico do vampiro que surgiu naquela pequena aldeia n&atilde;o passava de um problema de sa&uacute;de p&uacute;blica que existia desde o s&eacute;culo XI na Europa: a proximidade entre vivos e mortos.
Os considerados "bons crist&atilde;os" se consolavam em saber que se deteriorariam ao lado de pessoas e familiares perto de suas casas, enquanto os padres ganhavam honor&aacute;rios com cerim&ocirc;nias e missas, bem como com a venda de im&oacute;veis&nbsp;post-mortem. A Igreja se beneficiou das casas e dos neg&oacute;cios constru&iacute;dos ao seu redor e n&atilde;o estava interessada em mudar isso, apesar de as popula&ccedil;&otilde;es estarem crescendo cada vez mais e tendo que conviver com os mortos enterrados em espa&ccedil;os urbanos.
O que os supersticiosos determinaram como "vampiros" n&atilde;o passavam de cad&aacute;veres que "ressuscitaram" pela falta de cuidado ao serem enterrados. Desde o final do s&eacute;culo XVII, os corpos dos pobres ou v&iacute;timas da peste eram jogados em massa em fossas cobertas apenas com uma mortalha de tecido em covas de apenas dois metros de profundidade &ndash; o que bastava uma forte tempestade para faz&ecirc;-los surgirem.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/06/06205719960433.png" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A ci&ecirc;ncia m&eacute;dica falhou em explicar as anomalias post-mortem, como o motivo de alguns cad&aacute;veres estarem murchos at&eacute; os ossos e outros t&atilde;o corados e vi&ccedil;osos quanto quando estavam vivos.
Sendo assim, restou apenas a &uacute;nica cura medieval que as pessoas encontraram: exumar, estacar, decapitar ou queimar antes de espalhar as cinzas do "vampiro" em &aacute;gua corrente. S&oacute; com o surgimento do Iluminismo que essa ideia come&ccedil;ou a parecer mais com o absurdo supersticioso que realmente era, principalmente para os bispos cat&oacute;licos e protestantes.
No in&iacute;cio do s&eacute;culo XVIII, os p&aacute;rocos j&aacute; eram proibidos de realizar esse tipo de ritual. Por outro lado, demorou para que a pr&aacute;tica perdesse for&ccedil;a entre a popula&ccedil;&atilde;o.

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'Pânico Vampiro': o fenômeno do século XVIII

Imagem de Cococi: uma cidade fantasma no sertão do Ceará no megacurioso

Em 1950, o local chegou a ter mais de 2 mil habitantes

<head></head><body>A Depressão Sertaneja é uma região no Sertão dos Inhamuns do Ceará, onde se encontra o intervalo entre a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica, predominantemente coberta pela caatinga, e é formada pelos municípios de Arneiroz, Catarina, Saboeiro, Aiuba, Tauá e Parambu.Cococi é um distrito de Parambu, a cerca de 450 quilômetros de Fortaleza, e foi fundada no início do século XVIII pelo coronel Francisco Alves Feitosa, por volta de 1710. O censo feito pelo IBGE em 1950 registrou pouco mais que 2 mil habitantes na pequena cidade.Com a retirada da família Feitosa em meados de 1965, depois que uma lei estadual extinguiu o município de Cococi – provavelmente por corrupção do prefeito –, aos poucos a cidade se tornou economicamente inviável para se morar ou instalar qualquer tipo de negócio. Então não demorou para que a família Feitosa fosse seguida pelos demais moradores, decretando o fim de Cococi.<h2>Quem ficou para trás</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/05/05200423087209.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)Com uma praça, um hotel, um cartório, um posto fiscal, uma câmara municipal e várias residências, Cococi foi desaparecendo ainda mais do mapa, até que apenas 7 pessoas restassem na cidade até 2012.Seis anos depois, uma matéria feita pelo Domingo Espetacular, da Rede Record, mostrou que apenas 5 pessoas restaram no distrito em ruínas, que conta apenas com duas casas e a igreja conservadas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/05/05200523711210.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)“Aqui sempre aparecem historiadores, pesquisadores e interessados na história de Cococi”, disse uma das moradoras, Ana Cláudia. “Também temos sempre visita de pessoas para gravar entrevistas e filmes”.Maria Clenilda Lobo, outra habitante, descreveu o distrito como uma “cidade fantasma onde não acontece nada na maior parte do ano”. A mulher tira da agricultura seu único meio de subsistência.Atualmente é como se Cococi nunca tivesse existido, nem para as pessoas, tampouco para a história local.</body>

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Cococi: uma cidade fantasma no sertão do Ceará

Imagem de Peste Antonina: uma das causas da queda do Império Romano no megacurioso

A doença teria facilitado a invasão dos bárbaros

De acordo com o&nbsp;m&eacute;dico grego Cl&aacute;udio Galeno, fil&oacute;sofo e autor de Methodus Medendi, os sintomas comuns da peste antonina eram diarreia, v&ocirc;mito, sede, garganta inchada, tosse seca, febre intensa e erup&ccedil;&otilde;es cut&acirc;neas vermelhas e pretas. No entanto, ele observou que as fezes eram enegrecidas, parecendo podres, e apresentavam sangramento gastrointestinal. Al&eacute;m disso, a tosse seca era acompanhada de um odor p&uacute;trido.
Desse modo, foi observado que os infectados sofriam com a doen&ccedil;a por cerca de 2 semanas, mas nem todos os que contra&iacute;ram morreram, com muitos desenvolvendo imunidade contra novos surtos. A enfermidade, tamb&eacute;m chamada de "peste de galeno", surgiu na China em 166 d.C. e "viajou" por meio de navios mercantes com destino a Roma, atingindo com muita for&ccedil;a o imp&eacute;rio de Marco Aur&eacute;lio Antonino antes de se espalhar pelo Mediterr&acirc;neo.
<h2>Como come&ccedil;ou?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/03/03145126189005.jpg" alt="(Fonte: World History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: World History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Eacute; prov&aacute;vel que os militares romanos entraram em contato com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/113392-eyam-o-vilarejo-da-peste.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">peste</a> durante o cerco de Sel&ecirc;ucia (uma importante cidade &agrave;s margens do rio Tigre), e as tropas que voltaram das guerras que aconteciam no leste espalharam a doen&ccedil;a para o norte, a G&aacute;lia e entre os soldados ao longo do rio Reno.
Devido &agrave; primeira "onda" da doen&ccedil;a, que durou at&eacute; 180 d.C., surgiram v&aacute;rias lendas sobre a origem da peste antonina. Uma vez que abalou os romanos definitivamente, uma delas sugeria que o general romano L&uacute;cio Vero teria aberto uma tumba em Sel&ecirc;ucia durante um saque na cidade, liberando a doen&ccedil;a. A epidemia ent&atilde;o seria uma puni&ccedil;&atilde;o dos deuses pelos romanos terem violado o juramento divino de n&atilde;o roubar a regi&atilde;o.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Active News&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRWAKbThM35zQ0fyXGi-CGfRqzJRgcSmOJY8bBlSMiC-PclmdfXQ2B-0-bI-H0XBn1FXlru0KmQ7MU&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/03/03145308736006.jpg" alt="(Fonte: Active News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Active News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
As demais hist&oacute;rias envolvem templos babil&ocirc;nicos com pragas milenares e sacril&eacute;gios feitos em santu&aacute;rios de deuses, at&eacute; atribuindo a culpa aos crist&atilde;os. Como &eacute; de se esperar, nenhuma delas eram reais.
No entanto, o que de fato foi real era a sua letalidade. Apesar de muitas discuss&otilde;es envolvendo os efeitos e as consequ&ecirc;ncias da epidemia no Imp&eacute;rio Romano, na &eacute;poca o historiador Dio Cassius estimou que cerca de 2 mil pessoas morriam por dia em Roma no auge do surto.
<h2>Como terminou?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/03/03145439751007.jpg" alt="(Fonte: Blog for Arizona/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Blog for Arizona/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na segunda "onda", estima-se que a taxa de mortalidade alcan&ccedil;ou mais de 5 mil por dia. Ao todo, foi sugerido que um quarto de toda a popula&ccedil;&atilde;o morreu, representando de 60 a 70 milh&otilde;es em todo o imp&eacute;rio.
Assim, foi reduzido o n&uacute;mero de contribuintes fiscais, soldados nos batalh&otilde;es, candidatos a cargos p&uacute;blicos e fazendeiros, al&eacute;m de destruir tamb&eacute;m todo o setor agr&iacute;cola. Tudo isso aconteceu bem na &eacute;poca em que as despesas aumentaram para manter as for&ccedil;as militares necess&aacute;rias &agrave; seguran&ccedil;a do imp&eacute;rio contra as invas&otilde;es b&aacute;rbaras.
Em seu livro Escassez de M&atilde;o de Obra e a Queda do Imp&eacute;rio Romano, o pesquisador Arthur E. R. Boak afirmou que a peste antonina contribuiu para o fim do Imp&eacute;rio Romano, diferente do que disse o historiador Edward Gibbon em A Hist&oacute;ria do Decl&iacute;nio e Queda do Imp&eacute;rio Romano.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/03/03145702501008.jpg" alt="(Fonte: Short History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Short History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Boak argumentou que, a partir do momento que os militares tiveram de alistar mais camponeses e funcion&aacute;rios locais em suas tropas, isso diminuiu drasticamente a produ&ccedil;&atilde;o de alimentos e a falta de suporte nas quest&otilde;es administrativas das vilas e cidades, enfraquecendo o imp&eacute;rio como um todo.
A peste acabou s&oacute; em 190 d.C. e, analisando as descri&ccedil;&otilde;es de causas e sintomas da doen&ccedil;a feitas por Galeno, alguns cientistas modernos chegaram &agrave; conclus&atilde;o de que a peste antonina poderia ser a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112069-virus-da-variola-deve-ser-mantido-para-estudo-ou-destruido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">var&iacute;ola</a>, que foi respons&aacute;vel pela morte de 300 milh&otilde;es de pessoas no mundo todo durante o s&eacute;culo XX.

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Peste antonina: uma das causas da queda do Império Romano

Imagem de Febre amarela: doença devastou Nova York em 1795 no megacurioso

Os cidadãos e médicos tiveram que lidar com a doença no escuro, enquanto enfrentavam a inércia do governo

<head></head><body>Em 1793, o mosquito <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116178-dengue-pode-gerar-imunidade-contra-a-covid-19-sugere-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Aedes aegypti</a>, vetor da febre amarela, matou cerca de 10% da população da Filadélfia, nos Estados Unidos, provocando uma enorme "onda" de pânico entre os cidadãos.Quando todo mundo pensou que o surto havia acabado, dois anos depois a epidemia retomou ainda mais forte, dessa vez em Nova York. Em uma época em que ninguém sabia como a doença era transmitida, milhares de pessoas se trancaram em casa e acabaram morrendo sozinhas ou entre seus familiares.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/02/02075010803000.png" alt="(Fonte: Emerging Revolutionary War Era/Reprodução)">(Fonte: Emerging Revolutionary War Era/Reprodução)Quem se arriscava em sair de casa colocava um lenço embebido em vinagre para filtrar o ar, cobrindo o nariz e a boca, na esperança de que assim pudessem evitar em respirar o vírus no ar. Os mais desesperados acabaram recorrendo a regimes milagrosos e drogas que prometiam minimizar a piora da doença, mas que, em muitos casos, só a piorou.No quadro brando da infecção, a pessoa experimentava febre moderada e dor de cabeça, mas nos casos graves – que acometia por volta de 25% dos infectados –, os pacientes sofriam com febre altíssima, hemorragias, sangramento de nariz, olhos e ouvidos. Alguns chegavam a vomitar sangue enegrecido e desenvolviam icterícia que dava nome a doença ao conferir um tom amarelado aos olhos e a pele.<h2>Correndo no escuro</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/02/02075318130001.jpg" alt="(Fonte: NPR/Reprodução)">(Fonte: NPR/Reprodução)No início do século XIX, as autoridades médicas dos Estados Unidos e da Inglaterra suspeitavam que a febre amarela fosse disseminada através de vapores pestilentos emitidos por lixo em decomposição.O governo da cidade de Nova York abriu o Hospital Bellevue em uma tentativa de isolar os infectados para uma possível melhora no controle da doença. Eles ainda não tinham ideia de que a única solução seria a vacina, que só chegaria em 1937. Ainda assim, até hoje a doença mata até 30 mil pessoas por ano, principalmente na África.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/02/02075523395002.jpg" alt="(Fonte: Public Books/Reprodução)">(Fonte: Public Books/Reprodução)Só no outono de 1795, mais de 700 nova-iorquinos morreram antes que o frio matasse os mosquitos e cessasse com a epidemia. Para evitar um novo surto, os comissários de saúde montaram várias zonas de quarentena cuidadosa.Quando choveu por três dias seguidos na Nova York de 1798, as autoridades municipais esperavam que a água "limpasse" as ruas e "purificasse" o ar. Contudo, a tempestade trouxe uma "onda" de calor enorme, e a água acumulada de dias formaram criadouros perfeitos para os mosquitos da febre amarela.<h2>A inércia do governo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/02/02075655582003.jpg" alt="(Fonte: Welcome Collection/Reprodução)">(Fonte: Welcome Collection/Reprodução)A doença voltou com força e ceifou a vida de mais de 3.500 pessoas rapidamente, forçando a reabertura do Hospital Bellevue para o público.Em 1802, a febre tornou a apavorar a população, e foi John Pintard quem começou a coletar as estatísticas de mortalidade. Dois anos depois, ele foi nomeado o primeiro Inspetor de Saúde da cidade, tornando documento oficial seus registros sobre a doença.O Conselho de Saúde pouco fez para determinar ou combater a doença de maneira eficaz, ainda que não soubesse de onde vinha. O órgão ficou inativado até 1832, até que o governo o financiasse propriamente.As grandes epidemias de febre amarela em Nova York também foram o resultado da relutância em divulgar os casos por medo do quanto afetaria a economia. A consequência veio através de pilhas de cadáveres.</body>

Julio Cezar de Araujo