Meio-minhoca, meio-lagarto e cor-de-rosa: que bicho mais esquisito é esse?

Antes de a gente explicar mais sobre esse bicho pra lá de esquisito, deixe a gente adiantar que — e por incrível que pareça — ele não é nativo da Austrália! Falamos isso porque, no geral, a maioria dos animais estranhos que aparecem aqui no Mega Curioso é de lá. Não desta vez, caro leitor! A criatura bizarra que parece meio-minhoca, meio-lagarto e é cor-de-rosa é endêmica do México e da Baixa Califórnia. Veja uma imagem melhor:

Esse bicho, na verdade, não tem nada de minhoca, não. Trata-se de um lagarto conhecido como ajolote — da espécie Bipes biporus — que, de acordo com Sarah B. Puschmann, do site Live Science, divide a subordem dos Amphisbaenia com outros três bichinhos que, como ele, contam com duas patinhas dianteiras e o resto do corpo parecido com o de um verme.

Réptil inusitado

O exemplar que você pode ver na imagem a seguir foi capturado pela herpetologista Sara Ruane, da Universidade Rutgers, de Newark, que ficou encantada de encontrar o animal, já que ele não costuma passar muito tempo na superfície. Os ajolotes são de coloração rosada, medem perto de 25 centímetros de comprimento quando adultos e costumam habitar em buracos que eles fazem no solo.

Os pequenos répteis usam esses “túneis” para se aproximar da base das raízes de plantas, onde se alimentam de insetos. Contudo, os orifícios que esses animais cavam os tornam vulneráveis ao ataque de pequenas cobras — que invadem suas tocas para atacá-los. Por sorte, os ajolotes desenvolveram uma forma de escapar das predadoras: eles amputam as próprias caudas, e os cientistas acreditam que eles usam essas partes decepadas para bloquear os túneis e, assim, impedir o avanço das cobras.

Embora esse curioso réptil não seja muito conhecido aqui no Brasil — você sabia da existência dele? —, segundo Sarah, ele tem uma fama terrível nas regiões em que habita! Existem rumores de que os ajolotes curtem se esgueirar pelos encanamentos e atacar pessoas desavisadas enquanto elas estão sentadinhas no “trono” — seguindo intestino adentro com suas cabeças em forma de supositório. No entanto, os especialistas garantem que isso não é verdade e não passa de uma lenda urbana.