
Ciência
22/03/2018 às 04:30•1 min de leitura
A NASA está fazendo um teste com dois gêmeos para avaliar o impacto das viagens para o espaço na saúde humana. O objetivo é comparar o irmão astronauta ao outro que não é, para verificar todas as alterações que ocorrem no corpo dos dois ao longo dos anos.
Entre as mudanças que a NASA descobriu até agora está uma distinção nos telômeros – estruturas constituídas por fileiras repetitivas de proteínas e DNA não codificante que formam as extremidades dos cromossomos (sua principal função é impedir o desgaste do material genético e manter a estabilidade estrutural do cromossomo) – do astronauta Scott Kelly.
Algumas publicações interpretaram essa mudança como uma alteração genética, afirmando que o astronauta não teria mais o mesmo DNA que seu irmão gêmeo. Trata-se de um mal-entendido baseado em uma declaração da NASA:
“Outra descoberta interessante diz respeito ao que alguns chamam de 'gene espacial', que foi reportado em 2017. Os pesquisadores agora sabem que 93% dos genes de Scott voltaram ao normal após o pouso. No entanto, os restantes 7% apontam para possíveis mudanças em longo prazo em genes relacionados a seu sistema imunológico, reparo do DNA, redes de formação óssea, hipóxia e hipercapnia.”
O que a NASA se referiu em suas declarações é expressão gênica, ou seja, ambos continuam sendo gêmeos idênticos. O gene de Scott não mudou e permanece o mesmo de Mark Kelly, seu irmão. Em outubro de 2017, o pesquisador-chefe do Estudo de Gêmeos, Chris Mason, elaborou um relatório sobre a saúde de ambos, dizendo:
“Algumas das coisas mais empolgantes que vimos ao analisar a expressão gênica no espaço é que realmente vemos uma explosão, como a de fogos de artifício, assim que o corpo humano entra no espaço. Com esse estudo, vimos milhares e milhares de genes mudarem e como eles são ligados e desligados. Isso acontece assim que um astronauta entra no espaço, e parte da atividade persiste temporariamente ao retornar à Terra”, afirmou.