Saúde/bem-estar
16/11/2018 às 13:30•3 min de leitura
Você já deve ter ouvido falar a respeito da enigmática “matéria escura”, certo? Ela consiste em um dos maiores mistérios atuais da física, uma vez que os cientistas sabem que a matéria escura existe — a força gravitacional que ela exerce e sua interação com a matéria comum do Universo podem ser medidas —, mas ninguém sabe explicar do que exatamente ela é composta, nem como ela se forma.
Pois, de acordo com os pesquisadores, existe um furacão de matéria escura vindo em nossa direção neste momento e deverá atingir a Terra a absurdos 500 km/s. E nós, meros terráqueos — e leigos —, será que devemos nos preocupar com a chegada desse turbilhão de matéria desconhecida por aqui? Os cientistas garantem que não, mas é sempre bom tentar entender o que é que temos vido vindo por aí!
Na verdade, o que os cientistas identificaram foi um grande fluxo estelar oriundo de uma galáxia anã que foi destruída pela força gravitacional da Via Láctea — e que vem “arrastando” uma grande quantidade de matéria escura de carona. Conforme mencionamos acima, a influência da matéria escura pode ser medida, mas ela não pode ser diretamente percebida por nós, portanto, segundo os pesquisadores, a sua chegada por aqui não nos afetará em absolutamente nada.
(KIPAC/Oliver Hahn/Tom Abel/Ralf Kaehler)
Aliás, o tal fluxo estelar propriamente dito tampouco é motivo de preocupação para os habitantes do planeta, o que significa que não será desta vez que o mundo vai acabar, não. Mas, ainda assim, a notícia de que o furacão está chegando causou furor entre a comunidade científica, já que ele oferecerá aos pesquisadores uma oportunidade única de detectar e estudar a matéria escura — e tentar desvendar pelo menos alguns de seus mistérios.
Quem identificou o fluxo foi uma equipe de cientistas da Universidade de Zaragoza, na Espanha, do King's College, de Londres, e do Instituto de Astronomia do Reino Unido, há cerca de 1 ano, a partir de dados coletados a partir do satélite espacial Gaia, da Agência Espacial Europeia. O fluxo foi associado a uma pequena galáxia composta por cerca de 30 mil estrelas que orbitava ao redor da Via Láctea mais ou menos 1 bilhão de anos atrás, mas acabou sendo destruída pela gravidade exercida pelo nosso endereço cósmico.
(Big Think/Getty Creative)
Ao longo dos anos, astrônomos de várias partes do mundo observaram cerca de 30 desses fluxos no cosmos, mas esta é a primeira vez que um deles vem justamente na direção do Sistema Solar e em encontro com a Terra.
Sobre como os pesquisadores pretendem detectar a matéria escura, entre as alternativas usar dispositivos espalhados pelo planeta para medir o que os astrônomos chamam de WIMP — de Weakly Interacting Massive Particles ou partículas massivas que interagem fracamente em tradução livre — ou os áxions (uma partícula elementar hipotética), ambos considerados como possíveis componentes da matéria escura.
Na verdade, os cientistas estão apostando mais fichas nos áxions, já que estudos e modelos anteriores apontaram que, além de essas partículas serem mais fáceis de detectar do que as WIMP, as previsões apontam que eles parecem ser melhores candidatos a compor a matéria escura. Veremos (ou não!)...
(Daily Mail/Shutterstock)
Seja como for, a animação dos cientistas se deve ao fato de que, segundo apontam os modelos mais recentes, 25% do Universo seria composto pela matéria escura — essa coisa que ninguém vê, com a qual ninguém consegue “brincar”, e que ninguém sabe de onde vem!
Nós provavelmente estamos imersos em matéria escura o tempo todo sem saber — e o interessante é que, segundo os físicos, somente 5% do cosmos seria composto pela matéria comum. E os 70% restantes? Bem, esses corresponderiam à energia escura, algo ainda mais misterioso e cuja presença foi sugerida para explicar a expansão do Universo. E a detecção disso aí sequer foi cogitada pelos pesquisadores de agora!
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