Polêmica: China confirma mais um bebê “editado” geneticamente vindo por aí

24/01/2019 às 10:272 min de leitura

Você deve ter ficado sabendo da polêmica dos bebês modificados geneticamente que nasceram na China, certo? A notícia começou a circular no finalzinho do ano passado, depois que o cientista chinês chamado He Jiankui anunciou durante um congresso que rolou em Hong Kong que havia feito uso de uma técnica conhecida como CRISPR/Cas-9 para “editar” o DNA de duas bebezinhas gêmeas – Nana e Lula – para que elas fossem imunes ao HIV, uma vez que o pai das crianças é soropositivo.

Embora seja se trate de um avanço gigantesco – conseguir criar embriões livres de ou imunes a doenças graves –, a notícia foi recebida com bastante incredulidade pela comunidade científica, e Jiankui foi alvo de uma avalanche de críticas e acusações. Tanto que pouco depois do anúncio sobre as gêmeas, primeiro o pesquisador sumiu do mapa, mas acabou sendo preso e acusado de uma porção crimes bastante sérios e inclusive corre o risco de ser condenado à morte.

Confusão científica

Mas, por que tanta confusão, se o que Jiankui – aparentemente – fez é notável? Porque o cientista não publicou artigo científico nenhum detalhando como modificou os embriões, não divulgou todos os dados que ele produziu e não apresentou qualquer prova concreta de que tinha, de fato, realizado as edições.

Com isso, geneticistas, especialistas em bioética e cientistas de todo o mundo não demoraram em levantar questionamentos sobre como o cientista aplicou a técnica de edição e expressar profunda preocupação pelo futuro das gêmeas. Além disso, para complicar ainda mais a vida de Jiankui, começaram a circular rumores de que ele teria se envolvido em subornos e corrupção para conseguir conduzir seus experimentos, e as autoridades chinesas estão anotando tudo em sua "caderneta negra".

He Jiankui durante o congresso em Hong Kong (The New York Times/Alex Hofford/EPA)

Então, diante da dúvida de que o cientista realmente tinha realizado a edição das bebês e das violações éticas que ele teria cometido, as autoridades chinesas não perderam tempo e foram investigar os trabalhos de Jiankui. De acordo com um relatório preliminar apresentado pelos oficiais, o pesquisador desafiou proibições determinadas pelo Governo e conduziu os experimentos para conquistar fama e fortuna, e forjou revisões e documentos éticos.

E tem mais: não só foi confirmado que o chinês realmente empregou a técnica de “recorta, copia e cola” genético com as gêmeas, mas que existe outro bebê editado vindo por aí. Na realidade, quando Jiankui anunciou a notícia sobre as meninas, ele comentou que já estava trabalhando em outro embrião – e, efetivamente, os investigadores descobriram que existe uma grávida carregando um feto editado no ventre.

Enquanto a situação do cientista chinês se complica, ninguém sabe dizer a que tipo de punição ele será condenado. Isso porque, apesar de se falar em “prisão” e “pena de morte”, a China não possui regulamentações muito estritas para crimes como os que foram cometidos por Jiankui e, portanto, sua responsabilidade legal não está bem definida – e vai saber quais penalidades serão aplicadas.

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