Como os colonizadores humanos poderão se adaptar para a vida em Marte?

22/05/2019 às 07:303 min de leitura

Como você bem deve saber, existem diversos projetos focados em enviar humanos a Marte para o estabelecimento de colônias por lá em um futuro próximo. Porém, dos planetas aqui do Sistema Solar – já que ainda estamos um pouco longe de desenvolver a tecnologia necessária para viajar além –, embora o nosso vizinho “Vermelho” seja o mais habitável para a nossa espécie, isso não significa que Marte ofereça as condições ideais para a nossa sobrevivência.

Isso porque, de acordo com Scott Solomon, professor de biologia evolutiva da Universidade Rice, nos EUA, para começar, o Planeta Vermelho possui cerca de um terço da gravidade que existe aqui na Terra, é basicamente estéril e não conta com a proteção de um campo magnético como o nosso – para bloquear a passagem de radiação potencialmente letal para os humanos. Pois não é difícil imaginar que essas questões podem dificultar a vida dos colonizadores.

Dificuldades

Começando pela falta de gravidade, segundo Solomon, apesar de sua ausência significar que os humanos que fixarem residência em Marte terão muito menos dificuldade para carregar coisas pesadas por lá (e conseguirão saltar muito mais alto), como consequência, eles provavelmente desenvolverão ossos menos densos, especialmente as mulheres. Com isso, além de o risco de fraturas ser maior, os trabalhos de parto – que aqui na Terra já não são fáceis – podem se tornar incrivelmente perigosos, uma vez que o risco de as gestantes sofrerem fraturas de pelve durante o nascimento de seus bebês seria extremamente alto.

(Reprodução / Inverse)

Falando em bebês, “fazê-los” também seria problemático, de acordo com Solomon – por conta da questão da esterilidade de Marte. Devido às condições do planeta, não existem microrganismos no ambiente e, com isso, os colonizadores não teriam a necessidade de combater germes e agentes patógenos. Isso significa que, por um lado, inúmeras doenças poderiam ser erradicadas, mas o sistema imunológico dos habitantes de Marte se tornaria menos eficiente do que o dos terráqueos, o que, por sua vez, faria dos encontros entre colonizadores e visitantes algo bastante arriscado. Assim, o que possivelmente aconteceria é que duas populações humanas independentes se desenvolveriam.

(Reprodução / SciFi Ideas)

Já com relação à ação da radiação sobre os colonizadores, se aqui na Terra ela já é responsável por causar mutações genéticas e uma série de problemas de saúde, imagine em Marte! O desenvolvimento de diversos tipos de câncer seria uma dificuldade constante – que poderia ser contornada com a criação de colônias subterrâneas. Porém, esse tipo de modo de vida possivelmente levaria ao surgimento de uma população míope, uma vez que os colonizadores, ao passarem boa parte do tempo sob a superfície do Planeta Vermelho, não precisariam usar seus olhos para enxergar a grandes distâncias, ao contrário daqui da Terra.

Adaptações

O interessante, no entanto, é que, segundo Solomon, os humanos “marcianos” certamente evoluiriam para apresentar uma série de adaptações para sobreviver ao novo ambiente – e essas mudanças seriam observadas em apenas 1 ou 2 gerações. Assim, os colonizadores provavelmente desenvolveriam ossos mais densos e fortes em resposta à falta de gravidade, e para proteger os habitantes da radiação, que é cerca de 10 vezes superior aos limites estabelecidos por agências de segurança, é possível que os colonizadores desenvolvessem um novo tipo de pigmento para a pele (diferente da melanina) e que surgissem novos tons de pele, melhor adaptados para mitigar a ação da radiação.

(Reprodução / Inverse)

Ademais, os organismos dos habitantes de Marte possivelmente se adaptariam para poder transportar o oxigênio de forma mais eficiente a órgãos e tecidos – já que esse elemento seria mais escasso no Planeta Vermelho. Dessa forma, os colonizadores provavelmente desenvolverão uma rede de capilares e vasos sanguíneos mais densa e eficiente, capaz de se dilatar melhor e levar mais sangue e oxigênio pelo corpo.

Conforme mencionamos, Solomon acredita que essas adaptações aconteceriam bem depressa, possivelmente aceleradas pelas mutações causadas pela radiação, mas nada impediria os primeiros candidatos a fixar residência em solo marciano a contarem com uma mãozinha da tecnologia e tivessem seu DNA “editado” – por meio do sistema CRISPR, por exemplo – para encurtar o processo. Solomon apresentou essas e outras ideias fascinantes durante uma conferência da TED e você pode conferir o conteúdo a seguir:

 

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