Islândia cria uma lápide em homenagem à primeira geleira extinta no país

25/07/2019 às 02:002 min de leitura

O aquecimento global não está de brincadeira: o mundo inteiro segue sofrendo as consequências deste fenômeno. A última tragédia causada pelas mudanças climáticas aconteceu na Islândia, que lida há alguns anos com o desaparecimento da geleira Okjökull (Geleira “OK” em islandês) — considerada extinta pelos cientistas recentemente.

Esse evento é o primeiro do gênero na Islândia: até Okjökull, nenhuma geleira havia derretido. Para atrair os olhos da comunidade internacional e chamar a atenção para os efeitos do aquecimento global, uma lápide em memória de OK será colocada ao oeste do país.

Reprodução/Notícias UOL (Imagem ilustrativa)

A ideia partiu de especialistas da Rice University de Houston, juntamente com o pesquisador Andri Snær Magnason e o geólogo Oddur Sigurðsson. O grupo científico irá se reunir com membros do Icelandian Hiking Society e a comunidade em 18 de agosto no antigo endereço da geleira, localizada no golfo Borgarfjörður, para inaugurar a placa em homenagem à OK.

Rice Cymene Howe, antropólogo encarregado da missão de escrever o texto da lápide, falou sobre o significado desse ato simbólico: “Este será o primeiro monumento em homenagem a uma geleira perdida pela mudança climática em qualquer lugar do mundo. Marcando a passagem de OK, esperamos chamar a atenção para o que está sendo perdido enquanto as geleiras da Terra desaparecem. Essas montanhas de gelo compõem a maior reserva de água doce do planeta e guardam informações sobre a história da atmosfera terrestre.”, ele declarou.

Reprodução/Portal N10 (Imagem ilustrativa)

Na placa, estará escrito “415 ppm”, uma referência à quantidade de dióxido de carbono registrada na atmosfera em maio deste ano (2019) — quando a geleira foi declarada oficialmente extinta. 

Esta informação antecede o trecho: “OK é a primeira geleira islandesa que perde seu status. Nos próximos 200 anos, estima-se que todas as nossas geleiras devem seguir o mesmo caminho. Esta lápide serve para reconhecer que sabíamos o que estava acontecendo e sabíamos o que deveria ter sido feito...”.

Reprodução/Fayer Wayer

O antropólogo Howe finalizou com uma reflexão importante. “Um de nossos colegas islandeses se expressou muito sabiamente quando disse: “Os memoriais não são para os mortos; eles são para os vivos. Com esse memorial, queremos enfatizar que cabe a nós, os vivos, reagir coletivamente à rápida perda de geleiras e os impactos contínuos das mudanças climáticas. Para a geleira OK já é tarde demais, porque ela se tornou o que os cientistas chamam de gelo morto.”.

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