Novo mineral é achado dentro de um minúsculo diamante

26/09/2019 às 06:002 min de leitura

Chama-se goldschmidtita o novo mineral descoberto no interior de um minúsculo diamante extraído de uma mina da África do Sul. Com apenas 100 micrômetros (aproximadamente a largura de um cabelo humano), ele mostrou uma assinatura química muito incomum, diferente do que se esperava de um mineral criado nas profundezas do manto da Terra.

"A goldschmidtita possui altas concentrações de nióbio, potássio e dos elementos de terras raras lantânio e cério, enquanto o restante do manto é dominado por outros elementos, como magnésio e ferro", explica a doutoranda da Universidade de Alberta Nicole Meyer, que liderou o estudo.

A amostra foi nomeada em homenagem ao geoquímico norueguês Victor Moritz Goldschmidt, pai da geoquímica moderna.

O pequenino grão de goldschmidtite foi achado no interior de um diamante minúsculo, extraído de uma mina sul-africana. (Fonte: American Mineralogist/Reprodução)

Um minúsculo grão de uma gigantesca mina

Achar a goldschmidtita foi como abrir uma bonequinha Matrioska: ele estava dentro de um diamante extraído de um kimberlito (a rocha que contém diamantes) da mina Koffiefontein, localizada no Cráton Kaapvaal, na África do Sul. Crátons, partes da crosta terrestre com camadas antigas e espessas, são o lar de algumas das rochas mais velhas do planeta.

O novo mineral oferece um registro químico único do passado distante da Terra — segundo os pesquisadores, é como olhar dentro das porções mais antigas e profundas do planeta. Estima-se que a pequena amostra, de cor verde escuro, tenha se formado a 170 quilômetros de profundidade, a uma temperatura de 1.190° C e há bilhões de anos.

Vista aérea da Mina Koffiefontei, de onde foi extraído o diamante onde se encontrava a amostra de goldschmidtite. (Fonte: Wikipedia Commons/Reprodução)

Sabe-se pouco sobre essa parte do nosso planeta, uma vez que o manto avança 1.800 quilômetros para o interior da Terra. O recorde de perfuração da crosta terrestre é de 12,2 quilômetros de profundidade: o Poço Superprofundo de Kola, na Rússia.

"Para que o potássio e o nióbio constituam uma proporção importante desse mineral, ele deve ter se formado sob processos excepcionais que concentraram esses elementos incomuns. Diamantes podem preservar os minerais dentro deles por bilhões de anos e, assim, nos dizer muito sobre as regiões profundas do manto terrestre", diz o trabalho resultante da descoberta.

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