Mesmo proibido, uso do MMS avança no Brasil e nos EUA

30/09/2019 às 08:002 min de leitura

Na última semana, a Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que cuida da regulamentação de remédios e alimentos, emitiu um alerta sobre o crescente consumo do (infelizmente) cada vez mais conhecido MMS (“miracle mineral solution”), um elixir de clorito de sódio que curaria, entre outras coisas, de queda de cabelo e acne a câncer e hepatite, além de “matar patógenos intestinais que causam o autismo” – quando se sabe que o autismo não tem cura e não é causado por lombrigas.

O MMS é uma solução de 28% de clorito de sódio (usado para branquear produtos e descolorir papel, com características parecidas à da água sanitária) diluídos em água destilada. Segundo a sua posologia, ela deve ser misturada com ácido cítrico (suco de limão) ou outro tipo de ácido antes de ser ingerida. No Brasil, o MMS é vendido na forma de kit, juntamente com uma solução de ácido clorídrico a 4%. O resultado da mistura das soluções é o dióxido de cloro, um poderoso agente clareador e desinfetante.

Vendido como uma cura para diversas doenças, como câncer, diabetes e autismo, o MMS pode levar o usuário à morte, através da destruição da mucosa intestinal. (Fonte: Autimates/Reprodução)

No Brasil, o uso do MMS se tornou ainda mais grave porque pais de filhos autistas, quando não conseguem fazê-los beber a solução, aplicam o dióxido de clro na forma de enemas (por via retal). O post de uma mãe comemorava em uma rede social o uso do MMS, já que o filho autista estava "eliminando os vermes" pelas fezes.

Os chamados "vermes de corda", responsáveis por causar o autismo, são na verdade pedaços da mucosa intestinal, queimada dentro do corpo pelo dióxido de cloro que compõe o MMS. (Fonte: Science-Based Medicine/Reprodução)

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou os consumidores sobre a inutilidade no uso do MMS no tratamento para autismo e proibiu sua comercialização, distribuição e o uso, com pouco efeito. A agência suspendeu, no último ano, mais de 200 anúncios do MMS na internet.

Morte por infecção generalizada

O uso de dióxido de cloro causa náuseas, vômito e diarreia, o que leva à desidratação, além de queimar a mucosa intestinal, o que pode levar a infecções generalizadas. O caso se torna ainda mais grave porque o rótulo do MMS afirma que esses efeitos colaterais são comuns e indicam a eficácia do produto.

O nome MMS foi cunhado por Jim Humble e apareceu pela primeira vez no livro The Miracle Mineral Solution of the 21st Century (A solução mineral milagrosa do século XXI), onde Humble afirma ser um deus de bilhões de anos vindo da galáxia de Andrômeda. Engenheiro aeroespacial, ele foi membro da Cientologia até fundar sua própria seita, a Gênesis II - Igreja de Saúde e Cura (conhecida como Igreja de Lye).

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