Artes/cultura
25/10/2019 às 17:00•1 min de leitura
Quem tem gato preto já ouviu falar sobre redobrar o cuidado com o felino na época de Halloween. Verdade ou não, é bem comum os bichanos serem utilizados como símbolos de superstição e levarem fama de polo de energia negativa. O problema é quando isso se efetiva e parte para violência contra o animal como forma de “prevenir” o perigo, mesmo que ele seja apenas imaginário.
Ao longo do tempo, diversos mitos surgiram sobre os gatos pretos. Na época da Idade Média, acreditava-se que os animais eram bruxas transformadas, o que acarretou em grandes perseguições aos felinos. Segundo alguns historiadores, o Papa Gregório IX foi além na crença: decretou que os gatos eram a própria encarnação do diabo. A caçada aos animais tomou uma proporção tão grande que, sem gatos para eliminar os ratos, milhares de europeus morreram em decorrência da Peste Negra, doença transmitida pela pulga dos roedores.
Mesmo depois de séculos e reformulações na história, a má fama dos gatos pretos continua. Há pessoas que atravessam a rua caso um bichano assim surja no caminho, ou pior, punem o animal por supostamente carregar essa negatividade e os utilizam em rituais. O fato é que os animais são agredidos, envenenados e expostos a outros tipos de maus tratos com base apenas em superstições. Porém, diferente da Idade Média e da crença de alguns, maltratar os animais caracteriza crime ambiental previsto pelo Artigo 32, com multa e detenção de três meses a um ano.
Logo, a cor da pelugem não sinaliza predisposição a doenças, nem nada negativo comprovado cientificamente. Inclusive, no Egito Antigo, os gatos eram considerados deuses pelo povo local e, além de possuírem inúmeras esculturas em sua homenagem, eram proibidos de serem exportados para outros países.