Telescópio Kepler capta sistema de estrela vampira

30/01/2020 às 04:002 min de leitura

Pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália (ANU), em Camberra, descobriram um raro evento em que uma anã branca absorve uma anã marrom. A observação foi possível devido aos dados coletados pelo telescópio Kepler. O fenômeno foi relatado em um artigo publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

A estrela “vampira”

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Ilustração da estrela "vampira". (Fonte: NASA e L. Hustak - STScI)

A anã branca compunha junto à marrom um sistema estelar binário, localizado na Via Láctea a cerca de 3 mil anos-luz da Terra. A órbita de ambas era muito próxima e como a massa da branca é aproximadamente 10 vezes maior que a da marrom, ela cria um campo gravitacional que “suga” o material do astro vizinho. Assim, a impressão é que a anã branca — a estrela vampira — está se alimentando da marrom.

"O evento raro que encontramos foi uma superexplosão da nova anã, que pode ser vista como um sistema estelar de vampiros", explicou o pesquisador-chefe Ryan Ridden-Harper ao portal da ANU.

O fenômeno como um todo durou cerca de 30 dias, mas a super-explosão durou menos de 24 horas e iluminou 1600 vezes o sistema, desaparecendo lentamente após isso. Segundo Ridden-Harper também ao portal da ANU, “O aumento no brilho foi causado pelo material retirado da anã marrom que está sendo enrolada em torno da anã branca em um disco. Esse disco atingiu 11.700 graus Celsius no pico da super explosão”.

Uma anã branca é um astro composto pelos restos de uma estrela e seu tamanho é semelhante ao do sol. Enquanto a anã marrom é considerada uma estrela fracassada, isso porque seu tamanho é semelhante ao de um planeta, assim, ela não consegue gerar fusão de hidrogênio em seu núcleo.

O telescópio Kepler

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Concepção artística do Telescópio Kepler(Fonte: NASA)

Lançado em 2009, o Kepler é uma sonda da NASA que teve como objetivo procurar planetas e mapear estrelas. Sua missão chegou ao fim de 2018, sendo desativado. Porém, muitos foram os dados colhidos ao longo dos 9 anos de operação da sonda, assim muito ainda pode ser descoberto a partir de análises dos seus dados.

A pesquisa se deu com base na mineração dos dados do Kepler. "A descoberta desta nova anã foi inesperada, pois não era o que estávamos procurando, mas forneceu excelentes dados e novas idéias sobre esses sistemas estelares de vampiros. (...) As próximas etapas deste projeto são vasculhar todos os dados do Kepler e estendê-los aos dados do Transiting Exoplanet Survey Satellite, conhecido como TESS”, disse Ridden-Harpper.

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