Cientistas encontram vermes em cérebros de filhotes de lagartos

02/03/2020 às 13:002 min de leitura

Um inusitado caso foi descoberto por cientistas da Universidade de Lund, na Suécia, durante uma viagem pelo continente europeu para realizar estudos sobre lagartos da família Lacertidae, popularmente conhecidos como "lagartos da parede". Segundo publicação no periódico da universidade, os pesquisadores encontraram alojado, no cérebro de um filhote do réptil que ainda estava em estado embrionário, um novo tipo de verme parasita, algo inédito em tal classe de animais.

O achado ocorreu durante pesquisa para identificar e estudar como ocorre a influência das alterações climáticas no desenvolvimento e adaptação dos "lagartos da parede" desde seus estágios iniciais de vida, até que a biologista evolucionista Nathalie Feiner, da Universidade de Lund, identificou um movimento estranho por dentro dos ovos dos répteis, através de visão microscópica. "Eu fiquei em choque quando vi algo movendo-se dentro do cérebro do embrião, apesar de já ter dissecado muitos ovos de lagartos anteriormente", esclarece a doutora.

Segundo informações da equipe, foram coletados centenas de ovos de cerca de 85 espécies de lagartos espalhados por países como Itália, a França e a Inglaterra. Apesar de, quando dissecados, a grande maioria não apresentar quaisquer vestígios da presença de vermes, uma população dos répteis localizada nas montanhas dos Pirineus, sudeste da Europa, deu positivo para a existência de colônias de nematóides.

(Fonte: Nathalie Feinier/Reprodução)

Dessa forma, os estudos de Feinier passaram a ser direcionados para a identificação da origem do caso, através do exame dos organismos maternos que geraram os ovos dos lagartos. Assim, os pesquisadores encontraram parasitas contorcendo-se nos ovários das genitoras, sugerindo que a estrutura de ovos reptilianos não é tão impenetrável quanto se acreditava e expandindo um estudo publicado na American Naturalist no final de 2019, onde sugeria a transmissão do parasita apenas entre organismos de mamíferos.

Normalmente, o parasita invade o intestino dos "lagartos da parede", mas a hipótese apresentada pelo projeto sugere que a nova espécie de vermes prospera no sistema reprodutivo de fêmeas, infiltrando nos embriões e alojando-se em seu cérebro e podendo gerar futuras complicações para o desenvolvimento do hospedeiro, apesar de amadurecer normalmente durante os primeiros estágios de vida. 

"Seria interessante descobrir se o comportamento do lagarto é afetado por alojar vermes em seu cérebro", conclui a cientista, que continua os estudos de observação do parasita nos animais. 

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