
Ciência
10/03/2020 às 10:22•1 min de leitura
Ainda que houvesse suspeita da existência de anéis em Urano, comprovar o fato era muito difícil e isso só veio a acontecer por acidente. Três astrônomos utilizaram o Observatório Aerotransportado Kuiper da NASA para observar a atmosfera do distante planeta. Porém, mais do que isso, tiveram a comprovação de que o planeta tinha 13 anéis, diferente dos cinco que acreditavam existir. Isso tudo ocorreu há exatos 43 anos, em 10 de março de 1977.
A descoberta só foi possível porque, enquanto os astrônomos observavam Urano, uma estrela passava por trás dele, na chamada ocultação estelar. Ver como a luz daquela estrela de comportava ao cruzar pela atmosfera de Urano poderia fornecer importantes pistas sobre aquele planeta. No entanto, a estrela começou a tremer antes mesmo do eclipse, desaparecendo e reaparecendo cinco vezes ao passar por trás dos anéis.
Saturno é o planeta que tem os anéis mais conhecidos, pois é o único que forma um ângulo de 90 graus na rotação, o que os tornam visíveis. Além dele, Júpiter e Netuno se juntam a Urano nessa contagem. Porém, os anéis de Urano possuem características únicas, como puderam constatar astrônomos que estudaram uma fotografia térmica do planeta.
O anel principal de Urano – chamado épsilon – é como nenhum outro no Sistema Solar. A temperatura dos anéis é de 77 K, o equivalente a -195 ºC. Os astrônomos perceberam também que os anéis são estranhos quando comparados aos de outros planetas. Em Urano, os anéis têm folhas de poeira entre eles, mas nos anéis só há pedaços maiores, do tamanho de bolas de golfe. Para ajudar a desvendar os mistérios que cercam a atmosfera de Urano, o Telescópio Espacial James Webb chegará ao céu em 2021 e promete detalhar melhor os anéis do planeta gelado.