Covid-19: o que as mutações do novo coronavírus indicam?

07/05/2020 às 11:192 min de leitura

Cientistas ao redor do mundo estão trabalhando para compreender cada vez mais o novo coronavírus e isso envolve estudar suas inevitáveis mutações enquanto ele é disseminado.

O monitoramento das mutações de um vírus é uma ferramenta essencial para que tratamentos efetivos e vacinas possam ser elaborados. Além disso, analisando as tendências do vírus, pode-se estimar quanto tempo durará uma epidemia (mas não é possível ter certeza).

As mutações genéticas do novo coronavírus

Micrografia eletrônica de SARS-CoV-2 (Fonte: NIAID-RML / Wikipedia)Micrografia eletrônica de SARS-CoV-2 (Fonte: NIAID-RML / Wikipedia)

A pandemia atual já atingiu cerca de 3,6 milhões de pessoas. Isso significa que o novo coronavírus pode ter sofrido este mesmo número (3,6 milhões) de mutações, pois os vírus se alteram muito facilmente.

Em pesquisa realizada na Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, 16 mil versões do Sars-CoV-2 foram estudadas e verificou-se uma tendência de mutação genética similar à sofrida pelo Sars-CoV, "parente" do coronavírus atual, que circulou na China em 2003. Estudos como este são possíveis pois cientistas ao redor do mundo estão utilizando a internet para compartilhar dados referentes ao vírus.

Outro estudo, feito pelo Laboratório Nacional Los Alamos, nos Estados Unidos, e publicado no fim de abril no BioRxiv, repositório de acesso aberto em ciências biológicas, aponta uma alteração genética que é muito mais comum em pacientes da Europa e da América do Norte, continentes onde a doença se espalhou muito rápido. A mutação foi nomeada D614G.

Por que o vírus muda?

Os vírus são organismos acelulares, ou seja, não possuem célula. Consistem em uma estrutura formada por proteínas e ácido nucleico, o que torna seu genoma menos protegido.

Ao se multiplicar, é comum que o vírus realize a duplicação de RNA ou DNA imperfeitamente e isso gera a mutação. Quando isso acontece, ele pode se tornar mais forte ou mais fraco em relação ao sistema imunológico de seu hospedeiro.

Por este motivo, todos os anos temos uma vacina diferente para gripe, por exemplo. Um vírus contagioso sofre sempre muita alteração genética.

A mutação do vírus, tratamento e vacina em uma pandemia

Ao concentrar esforços em partes do vírus com menor probabilidade de sofrer alterações genéticas, maior a probabilidade das vacinas e medicamentos desenvolvidos para covid-19 serem eficazes a longo prazo.

Da mesma forma, tratamentos específicos podem ser criados para regiões onde se observa maior quantidade de um determinado tipo genético do mesmo vírus.

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