Saúde/bem-estar
19/05/2020 às 13:00•2 min de leitura
Você conhece o casuar? Trata-se de uma ave nativa da Oceania que, além do grande porte, também é considerada a mais perigosa do mundo todo. Os casuares, apesar de serem bem bonitos e parecerem amigáveis, são o oposto disso. Já foram registradas mortes humanas causadas por eles, já que seus "pés de dinossauros" são capazes de dar golpes fatais.
A imponência desse pássaro é bem notável, já que suas penas ficam brilhantes em contato com a luz. E, recentemente, um artigo publicado no periódico Science Advances aponta algumas razões pelas quais isso ocorre. O estudo descobriu, em nível molecular, exatamente o que torna as penas do casuar tão especiais, incluindo detalhes de pesquisas envolvendo penas fósseis.
(Torsten Pursche/Shutterstock)
As aves possuem sistemas de coloração um pouco diferente dos demais. Nos mamíferos, por exemplo, a cor do pelo ou da pele provém de pigmentos de melanina, enquanto em pássaros, parte da cor das penas se deve à sua composição física. Os melanossomas nas penas influenciam seu pigmento, que também depende de como esses melanossomas interagem com a luz, principalmente proveniente do Sol.
Dessa maneira, diferentes formas ou configurações de melanossomas produzem cores ou efeitos distintos, influenciando nas penas que podem ser consideradas como foscas ou até mesmo brilhantes, como é o caso do pássaro casuar.
A pesquisa ainda conseguiu identificar a estrutura das penas e a cor dos neognathae, um dos dois grupos de aves existentes que inclui pássaros canoros. Entretanto, a do grupo dos paleognathae, que contém várias espécies de aves que não voam, foi menos bem compreendida pelos estudos. Os casuares, nesse sentido, também têm cores estruturais em suas penas devido às características físicas incomuns que elas possuem.
(Chad Eliason/Reprodução)
O eixo de suas penas possui uma espécie de farpa em sua estrutura. Essas farpas são revestidas de partes minúsculas chamadas bárbulas e o formato delas é o que define se uma pena é brilhante. Dessa forma, os pesquisadores conseguiram descobrir que, para as penas do pássaro mais perigoso do mundo, não foram as bárbulas que influenciaram sua cor, mas sim esse eixo central. O raques, como são chamados, nas penas do casuar recebem mais exposição à luz do que as bárbulas.
Além de descobrir por que as penas dessa espécie brilham e influenciam na coloração das penas, os pesquisadores também analisaram as penas de um pássaro extinto que viveu 52 milhões de anos atrás. Dessa forma, o ancestral dessas aves pode ajudar no compreendimento sobre as estruturas das penas dos pássaros paleognathae.