Artes/cultura
10/06/2020 às 08:00•2 min de leitura
O ramo da Paleontologia está constantemente encontrando novos fatos sobre os dinossauros, como um estudo publicado na quarta-feira passada (3) que revelou o conteúdo estomacal de um nodossauro.
Outra recente descoberta importante veio de um fóssil de Spinosaurus aegypticus (ou apenas espinossauro), considerado uma das maiores criaturas a ter habitado o nosso planeta.
Encontrados em Kem Kem, no Saara Marroquino, os ossos do gigante de quase 15 metros apresentavam um nariz na parte superior do crânio e uma cauda completa muito semelhante a um remo, comprovando que ele podia habitar ambientes aquáticos e se locomover facilmente dentro deles.
(Fonte: Nizar Ibrahim - Universidade de Detroit Mercy/Reprodução)
A novidade foi revelada por uma equipe internacional de pesquisadores liderada pelo Dr. Nizar Ibrahim, explorador e paleontólogo da Universidade de Detroit Mercy, e contou com o patrocínio da National Geographic Society.
O Mega Curioso já fez uma matéria sobre o potencial aquático do espinossauro, mas agora tivemos a oportunidade de fazer algumas perguntas ao Dr. Ibrahim e entender um pouco mais sobre a importância da descoberta para a compreensão dessas criaturas pré-históricas. Confira a entrevista abaixo.
Por que essa descoberta muda o entendimento atual da diversidade dos dinossauros?
Os cientistas pensavam que os dinossauros nunca tinham invadido o reino aquático. Agora sabemos que, pelo menos um fez isso. Portanto, isso abre um novo mundo de possibilidades ecológicas para essas criaturas.
Por que é tão difícil encontrar evidências sobre os dinossauros de habitat aquático?
Até agora, a ideia de dinossauros aquáticos não estava no radar dos pesquisadores, então podemos ter esquecido algumas adaptações potenciais de outros para a vida na água. No caso do espinossauro, tivemos a sorte de ter encontrado adaptações realmente claras e inequívocas.
(Fonte: Nizar Ibrahim - Universidade de Detroit Mercy/Reprodução)
Por que a cauda foi considerada a adaptação aquática mais extrema já vista em um dinossauro desse porte?
Porque nenhum outro dinossauro – grande ou pequeno – tem uma cauda como essa. A estrutura do tipo barbatana é como se fosse uma raquete gigante que teria impulsionado a criatura através dos antigos sistemas fluviais.
Qual é a importância dessa descoberta para os estudos do período Cretáceo?
Essa descoberta mostra para nós que não sabemos muito sobre os animais que viveram nesse intervalo de tempo. A África, em particular, continua sendo uma parte pouco compreendida do mundo em termos de paleontologia e, claramente, esse continente renderá no futuro muitas descobertas incríveis sobre o período Cretáceo.
O que levou os paleontologistas a acreditarem, anteriormente, que o espinossauro era um dinossauro terrestre?
Nós acreditávamos que ele era como outros dinossauros predadores. Os cientistas simplesmente não tinham um fóssil completo o bastante para compreendê-lo melhor.
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