Coronavírus: medicamentos contra hepatite C mostram resultados

10/07/2020 às 08:002 min de leitura

Hospitais no Irã têm apresentado ótimos resultados no combate contra a covid-19 com a utilização de medicamentos utilizados para tratar a hepatite C. Com a realização de três testes clínicos, os pesquisadores relataram uma queda de 15% nas taxas de mortalidade e uma redução nos sintomas de febre e problemas respiratórios causados pelo vírus.

Em junho, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou que uma série de drogas utilizadas para auxiliar pacientes com hepatite C apresentaram efeitos positivos em enfermos do novo coronavírus. Segundo a Fiocruz, os remédios impediam a reprodução do vírus no organismo e desacelerou o processo inflamatório característico da doença.

A combinação de medicamentos

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

A série de estudos com pacientes hospitalizados envolveu uma combinação dos remédios sofosbuvir e daclatasvir, ambos antivirais e utilizados contra a hepatite. Para a aplicação do experimento, quatro hospitais universitários em três cidades iranianas acabaram participando.

Em 94% dos casos onde os pacientes receberam os medicamentos, a equipe médica identificou uma melhora no quadro clínico, com redução da febre e maior facilidade de respiração. No grupo de controle, esse número permaneceu em 70%.

Nas taxas de mortalidade, outro número impressionante: enquanto o grupo de controle terminou com um índice de 20% de óbitos nos casos, os pacientes medicados com a combinação de antivirais faleceram em apenas 5% das situações.

Tanto o sofosbuvir e o daclatasvir são medicamentos genéricos e com disponibilidade em diversas regiões do planeta. Além deles, drogas como dexametasona, utilizada no controle de inflamações, e o remdesivir, antiviral usado no tratamento de Ebola, também demonstraram efeitos positivos contra a covid-19 durante testes clínicos.

Efeitos colaterais da medicação

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Uma das vantagens dos medicamentos utilizados para o combate da hepatite C raramente despertam problemas em seus usuários — apenas 1% dos casos, de acordo com o portal hepato. 

No caso do sufosbuvir, pacientes que já possuem histórico de problemas cardíacos devem ter cuidado na combinação do remédio com a substância "amiodarona". A soma dos dois tratamentos pode resultar em bradicardia grave, quando o coração passa a bater mais devagar do que o normal.

Já para o daclastivir, as adversidades são mais moderadas. Em alguns casos, o paciente pode apresentar sinais de fadiga, dores de cabeça e náusea. Vale ressaltar que a utilização dos medicamentos para o combate à covid-19 ainda passa pela fase de testes e, portanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a estocagem dos produtos.

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