Artes/cultura
14/07/2020 às 16:00•2 min de leitura
O desmatamento na Amazônia foi um assunto que gerou muitos debates — e deixou o mundo inteiro alarmado — ao longo de 2019. Infelizmente, pelo que indica um relatório divulgado recentemente pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), esse cenário tem tudo para se repetir em 2020.
Na verdade, pelo que os dados indicam, o desmatamento em 2020 tende a ser ainda maior do que no ano anterior. Isso porque, segundo o relatório divulgado recentemente, os alertas de desmatamento na Amazônia aumentaram 25% nos primeiros seis meses de 2020, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Esse dado não corresponde à taxa oficial de desmatamento, que é medida por outra metodologia e divulgada uma vez ao ano. Esses alertas servem para que as equipes de fiscalização saibam onde pode estar ocorrendo crimes ambientais.
Porém os dados dos alertas servem como um indicador do que está por vir na taxa oficial de desmatamento, daqui a um mês: no acumulado dos últimos 11 meses, até junho de 2020, os alertas de queimadas aumentaram 64%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em entrevista ao portal G1, da Globo, o pesquisador Carlos Rittl afirmou que a taxa oficial deve ser 30% maior do que em 2019.
De agosto de 2018 a julho de 2019, foram derrubados mais de 10 mil quilômetros quadrados de floresta — a maior perda dos últimos 10 anos. Se as previsões dos especialistas se confirmarem, o Brasil baterá esse infeliz recorde novamente.
Desmatamento deve bater recorde em 2020 (Fonte: Pexels)
Na segunda-feira, 13 de julho, apenas três dias após a divulgação do relatório sobre os alertas de desmatamento, a coordenadora do INPE responsável por ele foi exonerada.
O governo alegou, por meio de nota, que Lubia Vinhas — que é servidora concursada do INPE há mais de 20 anos —, vai trabalhar em outros projetos importantes e que sua exoneração não tem nada a ver com os dados divulgados.
Mesmo assim, os dados e a subsequente demissão da servidora não foram bem vistos por entidades de defesa do meio-ambiente. Além disso, o governo brasileiro tem sofrido uma pressão cada vez maior de empresários e governos estrangeiros para tomar ações mais eficientes contra a destruição da Amazônia.
Vale lembrar que, em 2019, o governo já havia demitido outro diretor do INPE — Ricardo Galvão — em meio a uma polêmica sobre dados de desmatamento. Vamos ver o que vem por aí, em 2020.